Devotos e Devassos – Representação dos Padres e Beatas na Literatura Anticlerical Brasileira, de Cristian Santos, venceu o Prêmio Casa de Las Américas na categoria Literatura Brasileira. Na obra publicada pela Edusp, que é o resultado da tese de doutorado do autor, Cristian Santos analisa a produção literária brasileira da segunda metade do século 19, delimitando a corrente estética do naturalismo, e se detém sobre a questão anticlerical em três obras de ficção: O Mulato e O Homem, de Aluísio Azevedo, e Morbus – Romance Patológico, de Faria Neves Sobrinho.
“Trata-se de um estudo profundo e bem estruturado que se fundamenta em uma ampla pesquisa historiográfica e literária. Um estudo que tem o potencial de abrir o caminho a pesquisas comparativas sobre o período do naturalismo na América Latina e mobilizar um marco teórico que inclui estudos foucaultianos sobre a domesticação e disciplina dos corpos por meio do discurso científico, assim como críticas às hierarquias de raça e gênero na filosofia positivista”, escreveu o júri sobre a obra do pesquisador e bibliotecário da Câmara dos Deputados. A comissão julgadora foi formada por Idelber Avelar (Brasil), Viviana Gelado (Argentina) e Consuelo Rodríguez Muñoz (México).
Na categoria conto, foi premiado o livro Ni Una Sola Voz en el Cielo, do argentino Ariel Urquiza. Em ensaio sobre tema artístico-literário, De Las Cenizas al Texto – Literaturas Andinas de Las Disidencias Sexuales en el Siglo XX, do equatoriano Diego Falconí Trávez. A cubana Legna Rodríguez Iglesias ganhou na categoria teatro por Si Esto Es Una Tragedia Yo Soy Una Bicicleta. O prêmio da categoria Estudos sobre Culturas Originarias de América ficou para o colombiano Miguel Rocha Vivas, por Mingas de la Palabra – Textualidades Oralitegráficas Y Visiones de Cabeza en las Oralituras y Literaturas Indígenas Contemporáneas.
O valor do prêmio é US$ 3 mil.