Escritor francês Max Gallo morre aos 85 anos

Autor de mais de uma centena de livros, ele se dedicou à história da França, à biografia de grandes personalidades e à ficção histórica e política

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Autor de obras como 1940 – Do Abismo à Esperança e 1941, O Mundo em Chamas (Objetiva), o historiador francês Max Gallo morreu na terça-feira, 18, aos 85 anos. Nos últimos anos, ele foi afetado pela mal de Parkinson.

Filho de imigrantes italianos, Gallo, que nasceu em Nice em 1932, trabalhou como mecânico e estudou Matemática antes de se formar e se dedicar à História. Condecorado com a Legião de Honra da França, era conhecido também por romances que misturavam ficção com política e história – o que lhe rendeu algumas críticas.

Foto do escritor francês Max Gallo em junho de 2004, em Paris Foto: AFPPHOTO / DANIEL JANIN

PUBLICIDADE

allo participou ativamente da vida política e intelectual da França. Militante do Partido Comunista Francês (PCF) até 1956, ele aderiu, no final dos 1970, ao Partido Socialista antes de fundar, em 1993, junto com Jean-Pierre Chevènement, o Movimento dos Cidadãos. Membro da Assembleia Nacional, deputado e porta-voz do governo socialista de Pierre Mauroy entre 1983 e 1984, sob a presidência de François Miterrand, em 2007, apoiou, no entanto, a candidatura presidencial do conservador Nicolas Sarkozy. 

Um pouco antes, em 2006, quando publicou, na França, Os Fanáticos (Bertrand, 2010), ele se tornou alvo de um princípio de polêmica na França. O autor foi bombardeado de acusações pela comunidade muçulmana do país, que lhe reservou definições como ‘revisionista’, ‘neoinquisidor’ e ‘imperialista’. Por trás do romance recheado de clichês, está uma França que choca pelo preconceito crescente em relação ao islamismo, a segunda maior religião do país.

Sua obra é composta por mais de uma centena de títulos, muitos dos quais foram publicados no Brasil por editoras diversas. Em dois volumes, Revolução Francesa saiu pela L&PM. A coleção Os Cristãos, em três volumes, está no catálogo da Bertrand – que publicou, além dessa série e de Os Fanáticos, Victor Hugo – Eu Sou a Força que Avança e Os Patriotas. Gallo é autor, também, das biografias Robespierre, Garibaldi, Napoleão, Júlio César e Charles de Gaulle. La Baie des Anges, de 1976, foi um de seus maiores sucessos. 

Gallo, que publicou algumas das suas obras com o pseudônimo de Max Laugham, ingressou em 2007 na Academia da Língua Francesa, onde ocupou a cadeira do filósofo Jean François Revel, morto um ano antes.

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.