Cautela de editores marca presença brasileira na Feira de Frankfurt

Eles compram menos títulos com a alta do dólar

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Por Maria Fernanda Rodrigues
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Sem um grande livro ou uma disputa acirrada, a Feira de Frankfurt terminou ontem, 18, confirmando o papel adquirido nos últimos anos – hoje, ela é muito mais um ponto de encontro do que uma casa de leilões. Claro, negócios são iniciados e, às vezes, finalizados nela. Mas houve calma.

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"Senti uma tranquilidade maior. Os agentes estão cientes da questão do dólar e, como estamos cautelosos, eles se mostraram abertos a propostas menos agressivas”, disse Adriano Fromer, da Aleph.

O dólar está alto e as editoras, na bonança, adquiriam tantos títulos que ainda há muito a ser publicado. Por isso a cautela. Quando se interessam por algum livro, tentam negociar o pagamento do adiantamento para perto da impressão. Ou então, oferecem menos. "É preciso flexibilizar ou a conta não fecha”, explicou Florência Ferrari, da Cosac Naify.

Marcelo Ferroni, editor da Alfaguara, contou que viu muita coisa interessante e também muitos editores brasileiros comprando – no caso dos grandes grupos. “Mas o mercado está tão estranho que achei melhor esperar”, explicou. Se ele identificou alguma tendência? “Vi muito livro sobre astronauta, baleia e objetos perdidos”, brincou. Mas pode ser só uma coincidência.

Editor da V&R (Diário de Um Banana), Fabrício Valério comentou que o antes promissor mercado para ‘young adults’ está se esgotando. A novidade, que começa a ser testada, são os livros ‘crossover’ para leitores entre os 8 e os 13 anos, nem juvenil ou jovem adulto. 

(Atualizada em 21/10, às 14h40)

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