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Vendas da Sotheby's em Hong Kong caem com desaceleração na China

Por JAMES POMFRET
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A Sotheby's vendeu 258 milhões de dólares em obras de arte e produtos de luxo asiáticos e chineses em suas vendas de outono em Hong Kong, um declínio de 37 por cento frente ao mesmo período do ano passado, à medida que o mercado se consolida com uma economia mais fraca na China. O valor também é cerca de 18 por cento inferior aos 316 milhões de dólares que a Sotheby's vendeu em seus leilões de primavera em Hong Kong. A venda modesta aconteceu num momento em que duas grandes casas de leilão chinesas se aventuram no mercado de Hong Kong pela primeira vez, o que representa uma nova ameaça competitiva para a Sotheby's e a rival Christie's, cujas receitas em Hong Kong aumentaram com o boom da arte chinesa nos últimos anos. Ancorando a série de leilões de cinco dias estavam novamente as cerâmicas imperiais chinesas, com um par de vasos rosas do período Qianlong em estilo família que foi arrematado por 13,7 milhões de dólares. Peças de qualidade inferior e com pequenas falhas tiveram menos sucesso, enquanto compradores se mostraram indiferentes a algumas peças de porcelana de grandes coleções antigas da Europa, como Meiyintang. "Ainda está muito forte, mas mais seletivo", disse John Berwald, um negociante de Londres. "Não está tão louco e eu acho que é melhor assim. Apenas perdeu um pouco de sua exuberância", acrescentou Berwald, que dava lances para diversas mercadorias da era Qing. No ano passado, a China respondeu por quase 44 por cento das receitas globais de leilões de arte, de acordo com o relatório sobre o mercado da arte Conseil des Ventes, do governo francês, e é um motor vital do mercado global de arte neste momento, tornando os resultados da Sotheby's uma espécie de teste de estresse com repercussões mais amplas no setor de arte. Mas o mercado tem sido abatido por uma proliferação de dúvidas, incluindo uma investigação alfandegária chinesa em larga escala sobre evasão fiscal na importação de arte que esfriou o sentimento recente, enquanto os elevados impostos sobre a arte, regras complexas, fraudes generalizadas e manipulação de mercado permanecem como riscos tangíveis. O crescimento anual da economia chinesa deverá desacelerar pelo sétimo trimestre consecutivo para o nível mais fraco desde o início da crise financeira global, com a demanda por luxo diminuindo substancialmente. Nos leilões de arte contemporânea asiática da Sotheby's, a demanda foi novamente irregular, mesmo para artistas de primeira linha, com 27 por cento dos lotes não vendidos, embora uma pintura de 1992 de Liu Wei tenha sido arrematada pelo recorde para o artista de 2,24 milhões de dólares, enquanto "Fortune and Longevity" do artista moderno indonésio Lee Man Fong também registrou recorde de 4,4 milhões de dólares, após um leilão competitivo.

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