Testemunha revive acidente fatal de Diana por videolink
Uma das primeiras testemunhas a chegar
ao local do acidente fatal da princesa Diana disse no inquérito
sobre a morte da princesa, na quarta-feira, que deu marcha a ré
rapidamente com seu carro, afastando-se do túnel, por temer que
teria topado com um ataque terrorista.
O português residente na França Antonio Lopes-Borges
descreveu como chegou em seu próprio carro ao túnel viário
Alma, logo após o acidente em alta velocidade em 31 de agosto
de 1997.
Depondo por videolink desde Paris, ele disse que viu a
Mercedes batida no túnel e que um homem pediu que desse marcha
a ré, porque o carro poderia explodir.
"Como já tínhamos tido ataques terroristas em Paris, pensei
que poderia ser um atentado terrorista e que poderia ocorrer
uma explosão ali", disse ele aos jurados, que viajaram à
capital francesa no início da semana para ver o local do
acidente com os próprios olhos.
Lopes-Borges, cujas respostas tiveram que ser traduzidas
num processo trabalhoso, disse que viu um fotógrafo e depois
outro fazendo fotos do local do acidente.
De acordo com ele, os paparazzi não tentaram ajudar nenhuma
das vítimas.
A testemunha, que no dia do acidente estivera visitando seu
irmão no centro de Paris, disse ao inquérito sobre as mortes de
Diana e de seu namorado, Dodi al Fayed, que antes disso vira
"um carro alemão grande" num farol de trânsito na Place de la
Concorde, na região central de Paris.
Vários outros veículos partiram em alta velocidade ao mesmo
tempo, incluindo um 4x4 que quase se chocou com o carro dele.
Diana, 36 anos, Al Fayed, 42, e o motorista Henri Paul
morreram quando a limusine em que estavam bateu no túnel no
momento em que se afastavam em alta velocidade do hotel Ritz,
em Paris, perseguidos por paparazzi.
Pela lei britânica, em casos de morte não natural é
necessário um inquérito para averiguar a causa da morte.
As investigações abrangentes das polícias francesa e
britânica já concluíram que as mortes foram acidentais,
causadas pelo fato de Henri Paul estar embriagado e dirigindo
em velocidade alta demais.
As duas polícias rejeitaram as teorias conspiratórias
defendidas pelo pai de Dodi, Mohamed al Fayed, que alega que
Dodi e Diana estavam noivos e que Diana estava grávida.
Ele afirma que os dois foram mortos pelos serviços de
segurança britânicos, atendendo a ordens do marido da rainha
Elizabeth, ex-sogro de Diana.
Na dramática abertura do inquérito, na semana passada,
foram mostradas ao júri imagens feitas por câmeras de segurança
que revelam os detalhes do último dia de vida do casal, em meio
ao luxo do hotel Ritz.