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Teatro João Caetano, do Rio, chega aos 190 anos

Um dos mais antigos e tradicionais teatros cariocas, o João Caetano passou de local da nobreza a sede de espetáculos populares em seus quase dois séculos de vida

Por Agencia Estado
Atualização:

O Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro, chega aos 190 anos cada vez mais voltado à popularização das artes cênicas e da música. Lá acontecem as temporadas populares de sucesso. Atores, cantores, músicos e bailarinos se apresentam para o grande público, como na atual série Sambando e Chorando que, nas quartas-feiras desse mês, ao meio-dia, já lotou seus 1.200 lugares com shows de Elza Soares, Alcione e Beth Carvalho. Esta semana é a vez de Elymar Santos, com preço mais que popular: R$ 1. Nem sempre foi assim. "O João Caetano foi o quarto teatro do Rio, inaugurado em 12 de outubro de 1813, para comemorar o 15.º aniversário de d. Pedro, que, nove anos depois, proclamaria a Independência. O primeiro espetáculo foi O Julgamento de Nunes, com a presença de toda a família real", conta o historiador Milton Teixeira. A atriz Bibi Ferreira, cuja biografia se confunde com a história do João Caetano, o considera o melhor teatro do País. "Meu pai, Procópio Ferreira, estreou lá e eu também, com 24 dias de nascida, há 80 anos", lembra ela. "A peça era Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna, o pai, e Procópio era do elenco. ?Quando precisaram de uma boneca em cena, alguém se lembrou de mim, dormindo num berço, nas coxias, e esta foi minha primeira aparição no palco." O teatro teve seu auge nos anos 70 do século passado, quando Albino Pinheiro idealizou o projeto Seis e Meia. Idéia simples e inteligente, o Seis e Meia apresentava shows a preços populares na hora em que uma multidão se concentrava na Praça Tiradentes para voltar para casa. "Vendo aquele mundão de gente na fila do ônibus e a ociosidade do teatro até as 21h, Albino pensou em shows populares às 18h30", diz Hermínio Bello de Carvalho, que implantou o projeto com ele. O Seis e Meia pôs em cartaz João Bosco, Clementina de Jesus, Nara Leão, Nana Caymmi e vários outros nomes. Este ano, já passaram por lá 120 mil pessoas. O maior público é da coreógrafa Débora Colker, com seu Quatro por Quatro. Miguel Falabella levou para lá sua biografia de Carmem Miranda, South American Way; Antônio Fagundes escolheu seu palco para os cariocas verem Os Sete Minutos; e Marco Nanini estreou A Morte do Caixeiro Viajante.

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