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Som a Pino: 'Foi num baile black'

Todos nós mudamos o tempo todo. Então, me parece muito estranho cobrar que um artista não mude

Por Roberta Martinelli
Atualização:

Vou começar a coluna hoje com um trecho de um texto de Nelson Motta, do livro Música Humana Música que é o seguinte: “Quase sempre falam em relação a artistas de sucesso, como se fosse uma grande virtude - Fulano fez uma carreira brilhante, mas continua o mesmo, o mesmo rapaz humilde de sempre - Ora, só um perfeito idiota pode se manter o mesmo ao longo de muitos anos de luta, eventuais vitórias, desapontamentos, amarguras, sonhos furados, etc., etc., etc. Nunca um artista”. 

Todos nós mudamos o tempo todo. Então, me parece muito estranho cobrar que um artista não mude. Devemos é admirar as mudanças e transformações na arte.

O rapper Mano Brown Foto: Klaus Mitteldorf

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MUDANÇA  Gosto muito desse trecho do texto, e confesso que sempre usei a frase “que lindo! Mesmo com o sucesso, ele continua igual”, sempre usei até o dia que li esse texto e percebi que coisa mais boba era cobrar que alguém se mantenha o mesmo, se eu mesma mudo tanto. Parei de falar isso. Realmente, quase ninguém se mantém igual com tantas transformações numa carreira. Fico feliz de poder acompanhar algumas mudanças e não uso mais a frase, muito obrigada Nelson Motta! Foi um grande aprendizado. 

Mesmo com muito sucesso e sendo um dos artistas mais cobiçados do Brasil, ele mudou, e eu continuo sendo uma admiradora. De quem eu estou falando?

Semana passada tive a honra de entrevistar Mano Brown, que já tem um trabalho essencial e da maior importância para a música brasileira que é o Racionais e no ano passado lançou o ótimo disco Boogie Naipe. E que coisa mais forte que é entrevistar o cara que faz parte do grupo de rap mais importante do Brasil e que, artista como é, surpreendeu a todos com um disco dançante e romântico que esteve presente em muitas das listas de melhores discos do ano (e olha que o disco foi lançado em dezembro de 2016) 

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“O Racionais abordou muito a questão coletiva sem abandonar o individual, agora eu falo muito do individual sem abandonar o coletivo. Nos últimos anos, observando meus amigos, observando pessoas ao redor, os problemas que afligiam elas, nem todos eram de ordem coletiva, muitos eram caos particular”, disse Brown sobre o novo trabalho. 

Aproveito para avisar que a partir de amanhã começa a pré-venda de ingressos para o show de lançamento no Citibank Hall no dia 12 de maio. Com abertura de Rael e Rincon Sapiência.  Já está marcado também o lançamento no Rio de Janeiro, no dia 20 de maio, no Circo Voador.  E outra boa nova, que eu conto aqui em primeira mão é que Boogie Naipe já está confirmado no Festival Bananada em Goiânia, Goiás, no dia 14 de maio, domingo. 

O festival, que acontece entre os dias 8 e 14 de maio, recebe nesta edição mais de cem atrações em uma semana, entre elas as já anunciadas: Baiana System, Maria Gadú, The Baggios, Rakta e Céu. Já vou preparar minha mala. Não quero perder de jeito nenhum. 

MÚSICA DA SEMANA O Morro Não Tem Vez Não posso deixar de citar nesta coluna mais um lindo desfile do Laboratório Fantasma de Emicida e Fióti na SPFW com a cantora Fabiana Cozza e uma voz poderosíssima ocupando a passarela, as roupas lindíssimas, modelos, bordados de Dona Jacira, Wilson das Neves ilustre presença na última entrada. Um verdadeiro show. Completíssimo e de deixar todo mundo encantado.

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