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Sobrevivente de acidente que matou Diana nega acobertamento

Por PAUL MAJENDIE
Atualização:

O ex-segurança Trevor Rees, o único sobrevivente da batida que matou a princesa Diana, negou na quarta-feira que faça parte de uma operação de acobertamento de assassinato. Ainda com cicatrizes do acidente, com uma expressão calma, ele disse: "Não participo de nenhuma conspiração para esconder a verdade". O carro em que ele ia junto com Diana e o namorado dela, Dodi al-Fayed, dirigido pelo motorista Henri Paul, chocou-se com uma pilastra num túnel de Paris em agosto de 1997 e todos os ocupantes morreram, exceto o então guarda-costas. O advogado Ian Burnett, lembrando das acusações feitas pelo pai de Dodi, o magnata Mohamed al-Fayed, disse a Rees que ele é acusado de conspirar para "suprimir a verdade" de que os ocupantes do carro tinham sido mortos por serviços de segurança britânicos. "Tudo que sempre fiz foi só dizer a verdade do modo como a vejo", afirmou Rees no inquérito judicial que investiga as mortes de Diana e Dodi. Mohamed al-Fayed alega que o filho e Diana foram mortos por agentes britânicos por ordem do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth e ex-sogro de Diana. Fayed acredita que o assassinato foi planejado porque a família real não queria que a mãe do futuro rei tivesse um filho com outro homem. Para ele, o corpo de Diana foi embalsamado para esconder o fato de que ela estava grávida. Rees contou ao tribunal que sua última lembrança é de estar saindo pela porta dos fundos do hotel Ritz, que pertence à família de Dodi, antes da batida. Desde então, ele teve dois flashes de lembranças --um de fotógrafos numa moto se aproximando da lateral do carro e outro de uma voz de mulher, supostamente Diana, depois do choque, dizendo o nome "Dodi". "Essas lembranças são vagas e às vezes até eu duvido delas", advertiu ele. O ex-guarda-costas disse ao tribunal ter manifestado dúvidas quanto ao plano de Dodi, de sair do hotel pelos fundos, sem segurança, para tentar enganar os paparazzi que lotavam a frente do estabelecimento. "A decisão de sair sem segurança teria sido de Dodi. Minha decisão, no entanto, foi de ir com o casal", disse ele sobre a medida que quase lhe custou a vida. Rees negou as afirmações de que Dodi e Diana haviam escolhido um anel de noivado em Monte Carlo na semana anterior à morte deles. Questionado se aquilo tinha acontecido, ele disse que não. O ex-segurança passou o resto da manhã revendo imagens da CCTV daquela noite no Ritz. O advogado Ian Bunett torcia --em vão --que isso pudesse reavivar a memória da testemunha.

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