PUBLICIDADE

Risadas derradeiras

Projeto que revolucionou o humor, 'Terça Insana' chega ao fim

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Sempre elétrica, no palco ou fora dele, Grace Gianoukas tem a rara capacidade de gargalhar enquanto chora. Em conversa com o Estado, ela falou sobre a comemoração de 13 anos da Terça Insana no último mês de outubro, com apresentações grátis na Galeria Olido. Na ocasião, teve contato com índios e militantes do movimento negro, que a agradeceram por colocar no palco personagens que expressem o ponto de vista do excluído. Mesmo emocionada, não deixou a piada escapar. "Começo a falar e choro. Inclusive comprei agora, pela internet, um aparelho para medir pressão. Tá na hora, estou com 51 anos, não quero dar uma de Cacilda Becker e morrer em cena", ri. No ano passado, Grace anunciou a conclusão da Terça Insana, que se concretiza com o espetáculo Terça Insana - Adiós Amigos, com três apresentações de hoje a domingo no Teatro Bradesco, em São Paulo. Além da diretora e idealizadora, sobem ao palco outros oito atores, um músico e a drag queen e "insanete" Lea Bastos. Representantes de diversas fases do humorístico, eles apresentam personagens considerados mais marcantes pelo público, que foi consultado via enquetes em redes sociais. Despedem-se da plateia figuras como a falida atriz internacional Aline Dorel (interpretada por Grace) e a estrela da noite Betina Botox (interpretada por Roberto Camargo). Criado em 2001, de forma despretensiosa, com atores amigos que tinham as terças-feiras disponíveis para as apresentações, o projeto começou tímido no pequeno Núcleo Experimental de Teatro, o Next, no bairro paulistano da República. Em pouco tempo, o espetáculo se popularizou e as filas tomaram grandes proporções. De lá para cá, a Terça passou por teatros maiores, atingiu o País inteiro por meio de um incipiente YouTube e revolucionou o modo de se fazer humor, abrindo espaço para diversas vertentes do gênero.Responsável pela Terça Insana Produções Artísticas, Grace avisa que a Terça acabou no formato em que foi apresentada até hoje, mas a empresa ainda tem produtos como o espetáculo Mulheres Insanas, que agrega algumas das personagens do repertório. Segundo a diretora, o projeto chegou ao fim para dar espaço a outros planos. A ideia é que ela se concentre no solo de humor filosófico Estado de Grace e em produções que vão de shows musicais a peças infantis.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.