PUBLICIDADE

Quarteto escocês Travis está de volta, mas sem inovações

O novo disco do grupo, <i>The Boy with no Name</i>, não deve decepcionar os fãs antigos com baladas melancólicas e o bom vocal de Francis Healy

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Para o bem e para o mal, The Boy with no Name (Sony/BMG) é muito Travis. O lado bom é o que os fãs antigos não devem se decepcionar com as baladas melancólicas e o bom vocal de Francis Healy, além da guitarra característica de Andy Dunlop. O dado menos interessante é que o quarteto escocês não avança um centímetro além de seu estilo familiar. Há quem veja algo positivo no fato de Healy, Dunlop, Dougie Payne (baixo) e Neil Primrose (bateria) não promoverem nenhuma mudança radical. No balanço dos extremos, sai ganhando a primeira metade do álbum, que concentra as canções mais resistentes, como Selfish Jean, Battleships e Eyes Wide Open. A partir da sétima faixa, o CD não se sustenta bem, porque as canções são menos consistentes. Tem até uma faixa escondida (quem ainda acha graça nisso?), Sailing Away, lá pelo sexto minuto de New Amsterdam, e outra como bônus na edição britânica, mas nenhuma realmente faz diferença. O primeiro single, Closer, não é o que há de melhor no álbum, mas ainda assim é uma vitrine honesta. Ou seja, é tudo meio quase que vai acontecer, mas não acontece. Tem charme e calor, mas falta novidade. O álbum arranca bem com 3 Times and You Lose, balada que começa etérea e ganha pulso, como outros bons exemplares do passado. O rock uptempo Selfish Jean é a boa e dançante exceção. Ainda que sem ousar além da fórmula Travis, é uma das mais vívidas canções do grupo em anos. A virtude de Big Chair, além da bonita melodia, é a escolha dos timbres de teclado, em combinação sedutora com o baixo no início. Chorosa, arrastada, Closer tem apelo radiofônico, comercial, e não resiste a muitas audições. Battleships e Eyes Wide Open levantam um pouco o ânimo. Depois vem a queda. Os desavisados e não iniciados no som do Travis vão achar muita coisa parecida com o Coldplay e similares, mas vale lembrar que o crédito é dos escoceses. Certa vez, Chris Martin referiu-se a eles desta maneira: "A banda que inventou minha banda e uma porção de outras." Acontece que, desde seu último álbum de estúdio, 12 Memories (lançado em 2003), não só o Coldplay, mas outros grupos replicantes, como Keane, Snow Patrol, Embrace, etc., avançaram terreno, deixando o Travis na saudade. Esperava-se um veemente retorno, algo no nível de The Man Who (1999), para fazer valer seus direitos, mas The Boy with no Name só fica na promessa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.