Prefeitura corta verba da São Paulo Fashion Week em 37,5%

Outra baixa do SPFW: Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho, Ronaldo Fraga e a marca Iódice estão fora da semana de desfiles

PUBLICIDADE

Por Maria Rita Alonso e Isabela Serafim
Atualização:

Desde a criação da São Paulo Fashion Week, o desfile do estilista Reinaldo Lourenço é um dos mais esperados. Nome forte da moda, Reinaldo agora anunciou que não participará desta edição do evento, que começa na segunda, 13, no prédio da Bienal no Parque Ibirapuera. 

O inverno de Reinaldo Lourenço foi apresentado na última edição da SPFW, em outubro de 2016. Foto: FELIPE RAU/ESTADAO

PUBLICIDADE

Gloria Coelho, Ronaldo Fraga e a marca Iódice também ficarão de fora da semana de desfiles. Para Reinaldo Lourenço, a estratégia do ‘see now, buy now’, adotada pelo evento, na qual as roupas desfiladas são imediatamente colocadas à venda, não funciona. “Eu e a Gloria já fizemos o desfile de inverno em outubro e não teríamos o que mostrar agora. Quando você cria uma coleção como eu, existe todo um processo criativo e uma magia que não acredito que terá nesse ritmo acelerado do ‘see now, buy now’”, diz. 

Em 2015, marcas norte-americanas como Tommy Hilfiger diminuíram o tempo entre a apresentação das coleções e o lançamento das peças nas lojas. Na França, os designers se recusaram a acelerar o processo de desenvolvimento. A última edição da SPFW, em outubro de 2016, funcionou como uma transição, em que cada marca apresentou o seu modelo mais viável de produção. Agora, a organização do evento foi mais radical anunciando que as marcas devem se encaixar no formato de venda logo após os desfiles, que serão de inverno. 

“A SPFW é importantíssima para mim, eu sempre gostei muito de fazer parte. Mas realmente não concordo com o ‘see now, buy now’. Não estou seguro quanto a esse processo de venda, não estou conseguindo me adaptar e não quero fazer isso por enquanto”, diz o estilista.

 Outra baixa da semana de moda deste ano foi a verba da Prefeitura destinada ao evento, que foi reduzida em 37,5%. Em 2016, no governo Haddad, foram repassados R$ 5,6 milhões para as duas edições, enquanto o prefeito João Doria investirá R$ 3,5 milhões. De acordo com o Diário Oficial, a SPFW movimenta R$ 1,5 bilhão.

Por outro lado, a semana de moda que ocorre na capital paulista traz estreias de quatro novas marcas: Sissa, A. Niemeyer, Fabiana Milazzo e a TIG, todas elas comandadas por jovens estilistas. A carioca Reserva também faz o seu retorno depois de um intervalo de quatro anos.