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Portugal, eu te amo!

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Por Fábio Porchat
Atualização:

Depois do Brasil, Portugal é o melhor lugar do mundo. Passei os últimos 30 dias da minha vida filmando Meu Passado Me Condena 2 em terras lusitanas e me apaixonei em definitivo. A comida portuguesa é feita com requintes de crueldade. Os pães, os queijos, os presuntos, os frutos do mar... Tudo em Portugal é delicioso. Do restaurante chique à tasca mais popular, é difícil achar um lugar para comer mal. Aliás, ao contrário, para achar um péssimo restaurante, você tem que se esforçar. Marcar um dia na agenda, pesquisar em guias turísticos, perguntar para moradores locais, descobrir um lugarzinho megareservado e escondido e aí sim, pode ser que, quem sabe, de repente, dependendo da sua "sorte", você consiga comer mal. Toma-se vinho no almoço, toma-se vinho no jantar, toma-se vinho quando se está triste, toma-se vinho quando se está qualquer coisa. O vinho nacional, da casa, aquele pé de chinelo, esse, já é maravilhoso. E tudo com um preço tranquilo. Duas, três vezes mais barato que no Brasil. As sobremesas... Na verdade, eu precisaria de umas três colunas dessas aqui só para descrever as sobremesas. Talvez seja injusto eleger o melhor restaurante de todos, maaaaaas... O Solar dos Presuntos (nome genial) e o Mini Bar (que apesar do nome é um restaurante também) valem destaque. As cidades históricas portuguesas são imperdíveis. Todas. Qualquer uma. No inverno, no verão, no sol, na chuva. E, apesar de serem muitas opções do que visitar, não é um acúmulo de coisas para ver. Não há necessidade de ter que acordar às 6 da manhã e ir dormir às 2 para conseguir conhecer tudo. O que, na verdade, talvez seja o melhor de Portugal: a tranquilidade. Um país da Europa, que recebe muitos visitantes, muitos pontos turísticos, mas você não vê aquele desespero do turista, aquele afobamento generalizado que existe numa Roma, por exemplo. O clima em Lisboa é leve, sem estresse, sem pressa. O que não significa que as coisas são mornas ou paradonas, não, Lisboa é agitada, mas sua ansiedade é controlada por remédios, eu diria. Você pode fazer as coisas com muita calma, que tudo vai dar certo. E o fato de falarmos a mesma língua é um alívio incrível. Por melhor que você fale inglês, francês, russo ou mandarim, não existe nada como falar sem ter que pensar se depois do "he" vem "do" ou "does". Claro que para entender o português (afinal nós falamos brasileiro) precisamos de uns dois dias de adaptação. Quase como que um cativeiro para acostumarmos os ouvidos e depois sermos postos em liberdade de volta na natureza. Mas é outra coisa divertida. Rir dos sotaques e tentar entender o que se passa, já vale a viagem. E são todos simpáticos (lembrando que eles são europeus e não latinos, o simpático deles é menos potencializado ao nível 10 como o nosso). Mas são solícitos e dispostos a ajudar. Enfim, se você ainda não foi a Portugal, pare tudo o que você está fazendo e dê um jeito de se programar. Eles nos querem e nós devíamos querê-los mais. Muito mais.

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