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As idílicas previsões dos anos 20 e 30 pressupunham um progresso da natureza humana comparável ao da sua técnica. Não aconteceu. No fim o que a gente mais sente falta, do passado, é o futuro que ele previa. O Concorde podia ser só uma extravagância feita para você poder almoçar em Paris e almoçar de novo em Nova York. Acabou como símbolo do fim prematuro de um século que só ficou na imaginação.
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Mas, enfim, o futuro previsto no passado não incluía uma palavra, uma pista, uma sugestão que fosse (fora, talvez, o rádio de pulso do Dick Tracy) da grande revolução que viria e ninguém sabia, a da informática. Quer dizer, já era um futuro obsoleto.
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E, pensando bem, a substituição da máquina de escrever pelo computador não afetou muito o que se escreve. Quer dizer, existe toda uma geração de escritores que nunca viram um tabulador (que, confesso, eu nunca soube bem para o que servia) e uma literatura pontocom que já tem até os seus mitos, mas mesmo num processador de texto de último tipo ainda é a mesma velha história, a mesma luta por amor e glória botando uma palavra depois da outra com um mínimo de coerência. Como no tempo da velha pena de ganso.