Leslie Feist mostra suas diversas facetas em novo disco

Canadense que lança ´The Reminder´ compõe e toca guitarra, piano e banjo

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Por Redação
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Leslie Feist é uma cantora e compositora canadense que ganhou popularidade mundial depois de ter a canção Mushaboom, do segundo álbum, Let it Die (de 2004), usada numa publicidade de perfume da Lacoste. A Feist que se espraia pelos 50 minutos de The Reminder (Universal) - o terceiro álbum, que sai agora no Brasil -, tem diversas facetas. Todas muito interessantes. Começa que a mulher tem uma voz linda que se sobressai em baladas etéreas; é delicada e emocional, mas não cai na pieguice; e também ganha consistência em outros temas de andamento mais rápido. As canções, quase todas de autoria dela mesma, sozinha ou com parceiros, são uma mais bonita do que a outra. Além de cantar e compor, ela se acompanha tocando guitarras elétrica e acústica, piano e banjo. A voz de Feist chegou, inicialmente, ao público brasileiro dentro do álbum Riot on an Empty Street, de 2004, da dupla norueguesa Kings of Convenience. O timbre suave da cantora deixou impressões de relevo nas canções Know How e The Build up. Impossível não notá-la e, conseqüentemente, sentir-se atraído por ela. Depois veio Mushaboom, que só foi lançada no Brasil em coletânea mista. O primeiro, Monarch (Lay Your Jewelled Head Down) (1999) só saiu no Canadá e está fora de catálogo. The Reminder é tão bom quanto (ou até melhor do que) Let it Die. Na busca por referências imediatas, há quem a relacione à inglesa Dido, pela maciez do canto e pelas baladas melancólicas de baixa intensidade. As duas fazem pop confessional e sensual, mas Feist, como as inspiradoras conterrâneas K.D.Lang e Jolie Holland e a americana Norah Jones, junta à receita algumas filigranas de jazzy folk e country. Não quer dizer que Feist tem as colegas como modelo, mas guardadas certas peculiaridades, alguns temas de uma não destoam das demais. Além disso, elas têm em comum o fato de representarem uma prolífica geração de cantoras compositoras talentosas no universo do pop acessível e doce, que esconde garras afiadas. Canções de The Reminder, como So Sorry, que abre o CD, The Water e The Limit to Your Love são as que mais se assemelham ao estilo de Dido. Noutras, ela tem algo de Chan Marshall (Cat Power). Balada country suingada, com banjo, piano e metais, 1234 é uma das faixas mais saborosas. Dentre as dançantes, valem destaque o contagiante rock acústico Past in Present e Sealion, adaptação de See Line Woman (Nina Simone) com acento roqueiro. O nome da música original está grafado errado nos créditos, mas o CD é tão bom que não é um detalhe desse que comprometerá a cantora.

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