Hipnose inspira cd de Lanny Gordin

Lenda da guitarra, ele toca hoje no lançamento de seu segundo trabalho com a banda Kaoll, no Studio SP

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Por Lauro Lisboa Garcia
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Para bom entendedor (ou só apreciador) de guitarras, o nome de Lanny Gordin pulsa como referência fundamental no Brasil. Lenda viva da psicodelia e da modernidade nacional, o guitarrista está de volta com o segundo trabalho ao lado da banda Kaoll. Hoje eles fazem show único de lançamento do CD Auto-Hipnose, em noitada no Studio SP. Baseado nisso, o som do disco é bem psicodélico, inspirado em Pink Floyd, Jimi Hendrix e afins.Idealizador do projeto, o também guitarrista Bruno Moscatiello foi aluno e é um grande entusiasta de Gordin, seu estilo e seu toque inconfundível. "Na música brasileira, Lanny e Sérgio Dias são as duas maiores referências na guitarra pra mim. Fui aluno do Lanny durante dois anos, ficamos amigos e o convidei pra participar do lançamento do meu primeiro álbum. Aí ele gostou do projeto e foi ficando na banda", conta Moscatiello.Moscatiello diz que o aspecto experimental da música de Gordin se reflete em seu jeito de tocar guitarra. "Estudei a fundo o primeiro disco dele e para mim é a maior obra da música instrumental brasileira contemporânea. Inclusive regravamos Groselha, faixa daquele disco, com arranjo orquestral, que tem como referência o Brazilian Octopus (grupo criado por Gordin e Hermeto Pascoal em 1968)".Para quem não se lembra, Gordin é o autor das memoráveis guitarras de alguns dos discos mais importantes e experimentais da fase pós- tropicalista de Gal Costa (como o famoso duelo de voz e guitarra na gravação original de Meu Nome É Gal), Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee.Gordin retribui as gentilezas de Moscatiello e o aponta como um aplicado discípulo. "O jeito com que ele está tocando atualmente é de assombrar, com técnica e tudo. Os solos dele são bem originais", diz. "O clima, o talento, a amizade e a musicalidade dos músicos da banda foi o que me atraiu para tocar com eles." Sobre os guitarristas da nova geração, Gordin observa que "eles estão se aprimorando cada vez mais", em tempos de transição. "Até chegar à música pura, que eu chamo de música dos anjos." O que fazer para chegar lá é "tocar, tocar, tocar". "Falta pouco para eles chegarem no ponto." Ele mesmo diz que ainda não chegou lá. "Estou a caminho da música pura." No palco, como no CD, Gordin e Moscatiello estarão na companhia de uma superbanda.

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