Gravação de 'Cidade do Samba' reúne ícones do samba no Rio

Clássicos da música brasileira foram cantados por Zeca Pagodinho, Jair Rodrigues, D2, Pitty, entre outros

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Por Roberta Pennafort
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Cantores de diferentes gerações, entre ícones do samba e artistas de estilos musicais distintos, reuniram-se na terça e na quarta-feira, 5, no Rio, para celebrar o ritmo nacional. Era a gravação do CD e do DVD Cidade do Samba - uma continuação do projeto Casa de Samba, que agora sai pelo selo que Zeca Pagodinho está lançando, o ZecaPagodiscos.   Sob a batuta de Rildo Hora, maestro e arranjador, escudeiro inseparável de Zeca, passaram pelo palco da Cidade do Samba (espaço na Gamboa onde desde 2005 ficam os barracões das escolas de samba do Rio) duplas inusitadas e algumas escolhas acertadas.   O repertório? Um clássico atrás do outro, todos cantados por gente como Ivete Sangalo e o cantor dominicano Juan Luis Guerra e Gilberto Gil e a cantora-atriz Marjorie Estiano - por conta de gravações na TV Globo, ela acabou deixando o ministro da Cultura esperando à toa na terça-feira (eles acabaram se apresentando só no dia seguinte).  Teve ainda: Jair Rodrigues e Claudia Leitte (do Babado Novo), Walter Alfaiate e Negra Li (da série e filme Antônia), Marcelo D2 e Pitty, Beth Carvalho e Diogo Nogueira (filho de João Nogueira), Fundo de Quintal e Gabriel O Pensador e Dudu Nobre e Chorão (do Charlie Brown Jr).   O elenco (de 46 nomes) e as músicas foram escolha de Rildo. Quem avisava era o "patrão" Zeca, nos bastidores, pouco antes do início do show de terça-feira, que foi aberto por ele e Martinho da Vila cantando Mulheres (de Toninho Geraes, sucesso na voz de Martinho).  "O Rildo sempre escolhe bem. Eu só estou recebendo as pessoas, sou tipo um relações-públicas. Sou bom nisso", disse Zeca. Entre os cantores, o que mais se ouvia era um discurso sobre o caráter agregador do samba, "que está no DNA de todo brasileiro", acredita Lenine (ele cantou Bebete Vão bora, de Jorge Ben Jor, com Zélia Duncan).   Por vezes cansada com as muitas repetições das músicas (era preciso fazer registros dignos de entrar no CD e no DVD), a platéia de convidados fez coro em sambas de várias épocas, composições de Zé Keti (Diz que fui por aí, cantada por Luis Melodia e Seu Jorge), Almir Guineto (em ótimo número com Dorina com sua Mel na boca), Sinhô (Jura, com Alfaiate e Negra Li), e Paulinho da Viola (Onde a dor não tem razão, com a Velha Guarda da Portela, Monarco e Vanessa da Mata).   A noite teve momentos bem engraçados, como as provocações da rebolativa Ivete a Juan Luis Guerra, que não conseguia sambar - "Juan, se solta! Manda mais uma caipirinha para Juan!" -; a atuação de Rildo pedindo "aquela força" e palmas para os artistas; a empolgação de Jair Rodrigues, que rebocou Claudia Leitte para junto do público; Daniela Mercury tentando comandar a massa.   Projeto cujo objetivo é reunir intérpretes variados em torno de nosso gênero maior, o Casa de Samba começou há dez anos. Já vendeu mais de 650 mil CDs e DVDs. Este é sua quinta edição. A iniciativa foi de Max Pierre, quando na direção artística da Universal Music - ele se juntou agora à PagoDiscos nesta empreitada. Os CDs de Zeca continuarão saindo pela Universal, pelo menos por enquanto.

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