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Frankfurt abre feira de livros sob críticas de espanhóis

Por AE
Atualização:

A Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento literário do planeta, inicia hoje sua 59ª edição sob controvérsia. O motivo foi a escolha da Catalunha como ''país tema'', o que despertou a irritação dos escritores das demais regiões da Espanha, que não gostaram de ver uma região do país ser tratada como nação independente. Para completar, catalães que escrevem em espanhol não foram convidados. O evento tem o hábito de homenagear um país a cada edição, mas as atuais decisões têm provocado polêmicas. O desconforto pode continuar nos próximos anos, pois, em 2008, a Turquia será o país tema, mesmo envolvida em conflitos entre grupos islâmicos e seculares. E, no ano seguinte, a China, maior sombra das nações ocidentais desenvolvidas, será a homenageada. "A feira de Frankfurt tem de ser um lugar de discussão política e não apenas de apresentações folclóricas de um país", defende Juergen Boos, diretor da feira. Tal decisão tem provocado discussões mesmo entre os alemães, que não se esquecem de algumas concessões feitas no passado. É o que confessa Peter Weidhaas, ex-diretor da feira, que lança sua autobiografia nos próximos dias e na qual revela a pressão feita pela ditadura militar argentina, nos anos 1970, para que Julio Cortázar fosse desconvidado e, em seu lugar, Jorge Luis Borges representasse o país. Com ou sem fins promocionais, Boos vem conseguindo destaque para o evento de Frankfurt. Neste ano, por exemplo, é aguardada com grande expectativa a presença do escritor alemão Günter Grass, que completa 80 anos na terça-feira. Ele terá sua obra reunida lançada pela editora Steidl, mas continua acessa a fogueira provocada pela sua autobiografia, Nas Peles da Cebola, lançada no ano passado (e cuja tradução brasileira chega neste sábado às livrarias, em lançamento da Record), em que revela ter servido à tropa de elite do regime nazista. Outra presença esperada é a do italiano Umberto Eco, que vai lançar na feira seu novo livro, História da Feiúra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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