Também é difícil entender como a carta lamurienta que o Temer mandou para a Dilma foi parar nos jornais. Suspeita-se que seja obra do japonês bonzinho, aquele agente da Polícia Federal responsável – especula-se – pelo vazamento de trechos escolhidos das delações premiadas para a imprensa. O japonês bonzinho teria expandido seu campo de ação e contaria com comparsas dentro do próprio Planalto. Ele teria lido a carta do Temer antes mesmo da própria Dilma, e escolhido para quem mandar cópias.
Enquanto isto, o Eduardo Cunha consegue protelar o próprio julgamento pela comissão de ética do Congresso. Quando estourou o escândalo do presidente americano Bill Clinton e a estagiária que fazia hora extra, entre outras coisas, no seu gabinete, Clinton jurou que não tinha tido relações sexuais com a moça. A partir daí, a questão passou a ser se, tecnicamente, felação era um ato sexual ou não. Durante semanas, a nação se entregou à discussão sobre a natureza da felação e o exato significado, à luz da semântica, da anatomia e até da filosofia, de “relações sexuais”. No fim, Clinton conseguiu não ser ‘impixado’, ficou até o fim do seu mandato e hoje faz palestras. A estagiária não faz palestras.
Uma discussão parecida com a que retardou o julgamento de Clinton tem ajudado o Cunha. Ele alega que o dinheiro que ele e a mulher têm na Suíça não está, tecnicamente, em contas, mas em fundos. Assim, ele não mentiu quando declarou que não tinha conta na Suíça.
Não se sabe como tudo isso vai acabar. De qualquer maneira, olho no japonês bonzinho!