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Estréia Cristal, nova novela do SBT

Cristal, nova novela do SBT, tem base mexicana, mas aposta em conceitos mais moderninhos

Por Agencia Estado
Atualização:

A o ser expulsa da casa da patroa pela porta dos fundos, a mocinha olha para o alto e anuncia. "Vou destruir tudo que atravessar o meu caminho!" É, não há como negar o excesso de carga dramática de uma novela enlatada. Os espectadores do SBT bem sabem disso, mas a emissora decidiu aproveitar o gancho da estréia de seu novo diretor-geral, Herval Rossano, para anunciar uma nova fase. Nova fase que estréia com a versão de Cristal, mais um produto da parceria SBT e da rede mexicana Televisa. A princípio, o sofrimento da mocinha que, grávida do filho da patroa se vê obrigada a abandonar o bebê em um orfanato, parece ter o mesmo tom de outros títulos enlatados como Esmeralda ou Marisol. Mas Herval Rossano, recentemente vangloriado pelo sucesso do remake de Escrava Isaura, que ajudou a firmar a recém-lançada faixa de dramaturgia da Record, diz que recebeu o aval de Silvio Santos para fazer uma produção diferente. "Antes ninguém podia mexer em nada, mas o Silvio me deu toda a liberdade. Ele me disse para eu fazer a novela do Herval", conta. Na prática, isso quer dizer que os diálogos e até mesmo o desenvolvimento de cada personagem da Cristal do SBT podem ser diferentes da Cristal mexicana ou venezuelana - e até da Cristal que já estava quase pronta no SBT e que foi abortada. Herval chegou à emissora quando a novela estava em fase de pré-produção e mandou parar tudo. Do trabalho que havia sido feito até ali não sobrou nada. O diretor refez os cenários, incluiu cenas ágeis, humor e até um novo mocinho. Luís Alfredo, assim como seu intérprete Rodrigo Veronese, se viu obrigado a deixar a trama para dar espaço ao novo galã, João Pedro, agora papel de Dado Dolabella que, por sua vez, foi para o SBT depois de abandonar o elenco de Cobras e Lagartos, da Globo. Outros oito atores do grupo original acabaram fora de Cristal, que passou a ter 56 atores em vez dos iniciais 40. "Decidi abaixar a idade de todos os personagens e alguns eu tive de dispensar", explica Herval. Sobre o ex-mocinho, ele se limita a dizer que ele não era capaz de fazer o papel que ele idealizou. Novo Orçamento Além de investir na aquisição de equipamentos de ponta, o SBT decidiu aumentar a verba de suas produções na sua nova fase. Dos habituais R$ 80 mil por capítulo, passou a disponibilizar US$ 80 mil por capítulo, investimento que pode ser facilmente comprovado nos cenários da trama, agora com mobiliário ultramoderno. Modernos também são alguns de seus núcleos. Apostando no sucesso de Belíssima, Cristal terá um grupo fashion, comandado por Vitória Ascânio, papel de Bete Coelho. Vitória é a tal mocinha do primeiro capítulo que abandona seu bebê em um orfanato. Casada com um ator (Alex Ascânio/Giuseppe Oristânio) que, aos 40 anos, começa a sentir o peso da idade, ela é uma profissional bem-sucedida, dona de uma grife de alta-costura, vive com sua filha Eliana (Greta Antoine) e seu enteado João Pedro (Dado Dolabella), mas sonha em um dia reencontrar a filha abandonada. Bianca Castanho, que já foi Esmeralda, será Cristal, a filha, que irá se apaixonar pelo seu meio-irmão desconhecido, João Pedro. Bárbara Paz, que já foi Marisol, será Inocência, amiga de Cristal, amante de Alex Ascânio, que sonha em achar um bom partido disponível para dar o golpe do baú. Apesar de Inocência não ser o nome da novela, o papel de Bárbara deve ter o mesmo espaço. "Não tem mais aquele negócio de ter a personagem principal em todas as cenas. Agora a novela tem diferentes núcleos, diferentes histórias. E não temos mais de ser fiéis aos textos, temos liberdade total", diz o diretor. Para comprovar que Cristal é mesmo uma produção nacional com apenas uma leve inspiração mexicana, Herval Rossano, que conta no SBT com o auxílio de Del Rangel e Luiz Antônio Piá, pretende introduzir na trama um "Quem matou", fórmula usada com sucesso pela Globo. Não que ele tenha pretensões de obter os mesmos índices da emissora concorrente. "Nosso interesse não é bater a Globo, mas tirar audiência de outra emissora", diz. Alguém aí pensou na Record?

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