A editora pública (espécie de ombudsman) do The New York Times, Margaret Sullivan, questionou as credenciais administrativas do novo executivo-chefe do jornal, Mark Thompson, devido ao escândalo na BBC, onde ele foi diretor-geral e editor-chefe entre 2004 e setembro deste ano. A emissora pública britânica agora está envolvida em um escândalo por causa de supostos abusos sexuais cometidos por um antigo apresentador contra centenas de mulheres durante seis décadas. Além disso, o canal cancelou uma investigação sobre o caso que estava sendo feita pelo programa "Newsnight", e a denúncia acabou surgindo na concorrente ITV. "Qual é a probabilidade de que (Thompson) não soubesse de nada?", escreveu Sullivan num blog. "Sua integridade e suas decisões devem afetar o Times e seus jornalismo -- profundamente. Vale a pena considerar agora se ele é a pessoa certa para o cargo, diante dessa guinada nos fatos." O The New York Times não quis comentar as declarações da editora pública. Um analista de Wall Street propôs que a empresa que edita o jornal adie a posse de Thompson, prevista para 12 de novembro, e os demais executivos da companhia estão pressionados a tratar do assunto na quinta-feira, durante uma teleconferência que discutirá seus resultados financeiros. Investigações parlamentares e policiais na Grã-Bretanha não apontaram interferência de Thompson no trabalho do "Newsnight", nem levaram à conclusão de que ele soubesse dos crimes sexuais cometidos pelo apresentador Jimmy Savile, que morreu no ano passado, aos 84 anos. (Reportagem de Jennifer Saba)