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Documentário reconstrói Expedição Langsdorff

Um dos documentários mais aguardados do ano No Caminho da Expedição Langsdorff reconstrói a marcha que, entre 1821 e 1829, percorreu milhares de quilômetros de rios da Bacia Amazônica

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de alguns adiamentos, será lançado nessa terça-feira um dos documentários mais aguardados do ano, No Caminho da Expedição Langsdorff, co-produção da Grifa Cinematográfica com o Discovery Channel e a France 3. A apresentação do filme vai ocorrer em grande estilo, com lançamento simultâneo em toda a América Latina, Europa e Ásia, pelo Discovery. Aqui, será exibido no domingo, às 21 horas, no canal pago. Amanhã, o documentário será apresentado, para convidados, no Espaço Unibanco. Pela primeira vez, uma produção do gênero foi finalizada em HDTV, o que, além de permitir a projeção do vídeo em tela grande, aumenta em pelo menos oito vezes a qualidade da imagem e do som, segundo o diretor Maurício Dias. O novo filme da Grifa é resultado de uma empreitada ousada: reconstituir a trajetória da Expedição Langsdorff, que, entre 1821 e 1829, percorreu milhares de quilômetros de rios da Bacia Amazônica. Comandada pelo cônsul-geral da Rússia no Brasil Georg Heinrich von Langsdorff, a expedição reuniu escravos, guias e artistas, entre eles Hercules Florence, Adrien Taunay e Rugendas. O lançamento do filme é apenas uma das razões para a produtora paulistana comemorar. "A Grifa finalmente está entrando no mercado internacional, coisa que nenhuma outra produtora fez nos últimos dez anos", afirma Dias. "Existe um grande preconceito com produções brasileiras no exterior e esperamos mudar essa história." Segundo o diretor, o documentário não tem a pretensão de reconstituir com precisão como foi a expedição, "pois para isso seria preciso vários filmes". "Nosso objetivo é atrair a atenção de estudiosos e historiadores para a história, que ainda não foi totalmente vasculhada", argumenta Dias. Um dos achados da equipe da Grifa foi a artista plástica Adriana Florence, tataraneta do francês Hercules Florence, que registrou impressões da viagem num diário em desenhos e textos. "Conhecemos a Adriana no momento em que buscávamos alguma forma de contar a história, alguém com alguma ligação; e como o filme é baseado no diário de Florence e ela conhece profundamente a história, tudo deu certo", lembra Dias. No filme, são utilizados trechos da narrativa do francês, mesclados ao roteiro do inglês Steve Bowles. Depois de refazer a aventura, a equipe da Grifa partiu para a Rússia, onde registrou imagens originais de desenhos de Langsdorff. Nesse momento, Dias passou a definir o filme como uma "viagem no espaço e no tempo". Olhando os registros visuais, o diretor constatou que, nesses 170 anos, quase nada foi modificado. As mesmas araras azuis pintadas em 1825 continuam colorindo as árvores que margeiam os rios da Bacia Amazônica. "Nos textos, notei que a essência das pessoas que vivem por lá se manteve", conta Dias. "Tivemos a mesma ajuda que a expedição original." Até alguns problemas da tropa de Langsdorff foram revividos, mesmo que involuntariamente. Dias, o produtor Luiz Oliveira e dois guias bateram com o barco numa pedra no Rio Juruena e se perderam do restante do grupo. Durante dois dias, tiveram de caminhar cerca de 200 quilômetros em busca de socorro enfrentando pernilongos e ruídos de uma onça rondando o local onde pernoitaram. Uma espécie de No Limite na vida real. No Caminho da Expedição Langsdorff. Direção de Maurício Dias. Terça-feira, às 21 horas. Espaço Unibanco 1. Rua Augusta, 1.475. Somente para convidados. Patrocínio: Infraero e Petrobrás

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