China pede à mídia estrangeira que relate protestos de Hong Kong "objetivamente"

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Por Redação
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Uma autoridade chinesa disse à mídia estrangeira em Hong Kong nesta quarta-feira que a China vê interferência de forças exteriores nas manifestações pró-democracia da cidade e pediu aos jornalistas de órgãos internacionais que relatem os fatos “objetivamente”. "Desde a ocorrência deste evento, pelos comunicados, pela retórica e pelo comportamento de forças exteriores, como figuras políticas e alguns parlamentares e veículos de mídia, acho que este tipo de interferência certamente existe”, declarou a autoridade aos repórteres, falando sob condição de anonimato. Foi a primeira vez desde os protestos, que a China e o governo de Hong Kong consideram ilegais, que uma autoridade do governo central se encontrou com a mídia estrangeira em Hong Kong e fez tal pedido. Hong Kong, governada segundo o modelo “um país, dois sistemas”, deveria ter um alto grau de autonomia, incluindo liberdade de imprensa e de expressão, mas grupos pró-direitos humanos e de mídia vêm alertando para a deterioração da situação nos últimos anos. "Esperamos que o mundo exterior respeite (o modelo) um país, dois sistemas, respeite o governo de Hong Kong para que este lide com a situação nos termos da lei e não envie qualquer sinal equivocado para esta atividade ilegal”, acrescentou o funcionário. Oficialmente, Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China. “Eu também notei que a mídia, em sua maior parte, vem tentanto fazer reportagens equilibradas e objetivas. Espero que vocês continuem assim e mantenham esse ímpeto de reportagens objetivas e justas.” Mais cedo nesta quarta-feira, autoridades de Hong Kong afirmaram que os policiais envolvidos no espancamento de um manifestante pró-democracia serão afastados depois que uma filmagem do incidente acontecido de terça para quarta-feira foi amplamente divulgada na Internet, despertando revolta de alguns legisladores e do público. O funcionário chinês disse que as medidas adotadas pela polícia de Hong Kong foram “necessárias, razoáveis e legais”, e fez referência ao fato de que a polícia de Nova York usou a força para lidar com as manifestações do movimento Occupy Wall Street. O funcionário declarou que o governo central “apoia firmemente” o executivo-chefe de Hong Kong, Leung Chun-ying, mesmo depois de parlamentares locais terem solicitado à agência anticorrupção da cidade que investigue Leung por causa de um pagamento de 6,4 milhões de dólares que ele recebeu de uma empresa de engenharia australiana no exercício da função. (Por Clare Jim)

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