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Chanel inspira ar fresco em desfile da coleção em Paris

Por ALEXANDRIA SAGE
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A moda muda tão rapidamente quanto o vento e talvez tenha sido isso o que Karl Lagerfeld tinha em mente nesta terça-feira quando colocou enormes turbinas de vento para receber seus convidados para o desfile da coleção primavera/verão 2013 da Chanel, em Paris. Mas com o piso do Grand Palais feito de forma a se parecer com painéis solares, também era possível pensar que o estilista alemão estava fazendo um manifesto pelo meio ambiente. "Eu comecei a fazer esboços em St. Tropez durante o verão e estava tão quente que eu queria um pouco de ar fresco", explicou Lagerfeld após o desfile. Qualquer que seja o raciocínio, Lagerfeld apresentou looks prontos para vestir que ocasionalmente incorporaram tecido sintético, em uma coleção em que os clássicos da Chanel em lã, tweed e pérolas foram retrabalhados para o tempo quente. Jennifer Lopez, usando um vestido de renda curto em cor creme, foi cercada por um batalhão de câmeras na primeira fila, onde o rapper Kanye West e a modelo e atriz Laeticia Casta também marcaram presença. "É tão chique, é tão francês, é como um monumento hoje", disse Casta sobre a Chanel, que conseguiu manter a sua influência na moda e o poder da marca sob o olhar atento de Lagerfeld mais de 40 anos após a morte da fundadora Coco Chanel. O primeiro look a entrar na passarela foi, sem surpresas, um terninho preto, mas a saia em couro trouxe um toque ousado e as pérolas amadas de Chanel, acompanhadas de imitações de diamante, preencheram a jaqueta estruturada em um padrão caprichoso de bolinhas. Um tecido sintético com nervuras semitransparente foi trabalhado em finas calças pretas combinadas com boleros de mangas curtas com botões de pérola, ou usado em minivestidos colados ao corpo acompanhados de jaquetas em tricô. Lagerfeld trabalhou o padrão de painel solar em vários tweeds e em um gráfico ousado em vermelho e azul que apareceu em blusas e jaquetas. Mas, sempre curioso, o estilista brincou com o conceito de ar e vento, apresentando vestidos pretos vaporosos em chiffon estruturados por um corpete acolchoado e adornados com tufos de tecido multicolorido que flutuavam como penas. Um look Chanel mais clássico foi um vestido de noite preto reto com um colarinho Peter Pan exagerado e punhos brancos. Sua simplicidade puritana caiu no esquecimento quando a modelo se moveu, deixando a perna à mostra por meio de uma fenda na frente e um tecido cintilante que emprestou elegância e brilho. Lagerfeld podia estar sonhando em St. Tropez com um jardim agradável e fresco quando ele esboçou os vestidos que fecharam a coleção, colunas em branco em algodão e linho bordados com peônias e trepadeiras de hera. Os acessórios eram grandes e ousados, com chapéus com abas largas que pareciam rodas, sandálias de salto com tiras no tornozelo ou gargantilhas de pérolas falsas cujas contas lembravam enfeites de Natal.

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