Bienal diz que manterá desenhos de Gil Vicente, apesar de pedido da OAB

Série do artista o retrata a ponto de assassinar personalidades; para OAB, ela é 'apologia ao crime'

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Por Redação
Atualização:

 

SÃO PAULO- A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu nesta sexta-feira, 17, que uma série de desenhos de um artista brasileiro que o retratam assassinando personalidades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o papa Bento XVI seja retirada da Bienal. As informações são da agência de notícias AFP.

 

Segundo a entidade afirmou em um comunicado, a exibição da série "Inimigos", do artista Gil Vicente, pode ser considerada uma "apologia ao crime".

 

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"Ainda que uma obra de arte expresse a criatividade de seu autor livremente e sem limites, deve haver determinados limites para a sua exposição pública", acrescenta o texto.

 

Em resposta, os organizadores da Bienal declararam em uma nota de imprensa que "um valor fundamental da instituição é a independência curatorial e a liberdade de expressão". Segundo os responsáveis, "as obras expostas não refletem a opinião dos curadores nem da Fundação Bienal" (à frente da mostra).

 

Segundo a Bienal, os desenhos "traduzem um incômodo do artista diante dos modos de representação política vigentes" e uma "desilusão profunda" sobre possíveis mudanças que às vezes levam a um enfrentamento violento.

 

"Inimigos" é uma série de nove desenhos de carbono sobre papel do tipo autoretrato realizados entre 2005 e 2006.

 

A compilação mostra o artista em atitudes violentas atentando contra personalidades do Brasil e do mundo.

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Gil Vicente aparece degolando Lula, disparando uma arma contra a cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), e apontando uma pistola contra o papa Bento XVI.

 

O artista também mira com uma arma o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e o ex-primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon, que aparece caído no chão.

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