Barrosinho comemora os 20 anos da maracatamba

PUBLICIDADE

Por AE
Atualização:

"A música é a arte da combinação." Assim acredita o instrumentista Barrosinho, mestre do trompete que, por meio de suas pesquisas sonoras, chegou à fórmula de sua maracatamba. Fórmula? Não, ele não gosta de fórmulas. Também não admite que se use a palavra ''mistura'' para designar a união de elementos do maracatu e do samba (e também do jazz) à qual chegou. O resultado pode ser conferido no lançamento ''Praça dos Músicos - 20 Anos de Maracatamba'', disco que antecipa o aniversário a ser comemorado somente no ano que vem. Pois foi em 1988 que a maracatamba fez seu début internacional, no Festival de Montreux. "Maracatamba é um espaço aberto para a expressão musical mais livre. Não é apenas um ritmo, mas uma filosofia. As estruturas musicais são limitantes, seja de jazz, frevo ou bossa nova. Você não pode tocar um samba como se fosse jazz, ou jazz como se fosse samba; não tem cabimento", ele explica. "As pulsações do maracatu e do samba me influenciaram muito." Ex-integrante de big bands, um dos criadores da Banda Black Rio, companheiro de Dom Salvador no grupo Abolição, professor de trompete, guitarra, teclado, flauta e sax, Barrosinho estava animado para gravar um disco com composições de outros autores quando foi surpreendido por um produtor: ele chegou com a notícia de que a Petrobras havia aprovado o patrocínio de um projeto só com músicas suas. Barrosinho, então, mudou sua rota. Recorreu aos arquivos pessoais e pinçou 11 músicas, compostas nos últimos anos. Acabou fazendo um CD delicioso, seja para os não-iniciados, seja para os fãs de suas improvisações diabólicas. No disco, todo arranjado por ele, Barrosinho dá aula de trompete e percussão. É acompanhado de teclado, baixo, bateria, piano, guitarra e bateria - de fato, é uma ''praça dos músicos''. O músico acredita que a maracatamba está cada vez mais perto do povo. Com o grupo que ganhou o nome do ritmo por ele forjado, passou este ano rodando o País com o projeto Circular Brasil, da Petrobras. Tocou com Mauro Senise, Arthur Maia, Toninho Ferragutti. Agora, pensa no tal CD que teve de deixar de lado. Quer gravar Antonio Maria, Luiz Bandeira e o trompetista Pedroca, por quem ele tem a maior admiração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.