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Balé da Cidade estreia duas coreografias no Municipal

Por AE
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Quando a coreografia "Offspring" estreou, em 2009, seu criador, o eslovaco Lukas Timulak, não pôde assistir à première. Estava naquele dia no hospital, acompanhando o nascimento de sua primeira filha, Zoe. A coincidência seria irrelevante, não fosse essa experiência pessoal o mote do artista para conceber a peça. "Inevitavelmente era nisso que a minha cabeça estava naquela época. Tentei expressar minhas sensações por meio da dança", diz o coreógrafo, que está em São Paulo há cinco semanas para acompanhar a montagem do título pelo Balé da Cidade. De quinta até domingo, a companhia paulistana apresenta a nova coreografia. No palco do Teatro Municipal, os dançarinos encarnam as dualidades concebidas por Timulak. "A intenção era mostrar como podemos estar no comando de certas coisas. Mas não de outras. Fantasiar sobre como tudo poderia ser diferente é uma prerrogativa nossa. Sobre a realidade, porém, às vezes você não tem controle", considera. Presente desde a origem, tal contradição faz de "Offspring" uma obra atravessada por opostos. Como se, estranhamente, fosse possível amalgamar suavidade e vigor, fluidez e força, em um mesmo movimento. "Quando se está mais calmo é quando se consegue ser mais poderoso", acredita. "Um movimento mínimo pode ser o mais forte."Para construir seu particular jogo de contrastes, Timulak se vale da trilha sonora. Combina a música contemporânea do alemão Hauschka ao acento clássico de Antonio Bazzini, compositor italiano do século 19. Sua parceria com o designer Peter Bilak também favorece a criação dos ambicionados climas distintos: a iluminação é feita com lasers. Luzes que não servem apenas para iluminar, mas para delimitar os espaços. Concebida originalmente para o Nederlands Dans Theater, é a primeira vez que a criação merece versão fora da Holanda. Além de coreógrafo, Timulak atuou por vários anos como dançarino do consagrado grupo.O programa da companhia inclui outra coreografia inédita. Produzida sob encomenda para o Balé, "Ter/Alado", de Renato Vieira, adentra em um território de matriz mais clássica. Convoca Villa-Lobos. Traz uma reflexão sobre seres imaginários. "Não existe uma história a ser contada. Deixo o espectador livre para interpretar", diz Vieira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.BALÉ DA CIDADETeatro Municipal (Pça. Ramos de Azevedo, s/nº). Tel. (011) 3397-0327. 5ª e 6ª, 21 h; sáb., 20 h; dom., 17 h. R$ 20 / R$ 60.

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