Após derrota no Japão, Fujimori concentra-se em processo chileno
Após ser derrotado em sua
campanha por um assento no Senado do Japão, o ex-presidente
peruano Alberto Fujimori disse no domingo que se concentrará em
demonstrar sua inocência no processo de extradição pedido pelo
Peru e que continua correndo no Chile.
Fujimori, que no sábado completou 69 anos, está sob prisão
domiciliar em um condomínio fechado ao norte de Santiago, de
onde coordenou a campanha legislativa por um pequeno partido do
Japão.
"É certo que o objetivo de minha eleição não foi alcançado,
mas hoje reafirmo minha vontade de trabalhar para fortalecer a
relação peruano-japonesa em benefício de nossos povos irmãos",
disse o ex-mandatário do Peru.
Assessores de Fujimori argumentaram que a derrota foi
causada em parte pela ausência do ex-presidente no país e ao
pouco tempo para organizar a campanha, que começou no final de
junho.
O ex-presidente, que governou entre 1990 e 2000, tem
cidadania do Japão e do Peru.
Fujimori, filho de imigrantes japoneses, fez uma aposta
política inédita para conseguir uma vaga no Senado do Japão
através de uma campanha à distância, enquanto espera a decisão
da Justiça chilena sobre sua extradição ou não ao Peru.
"Meu objetivo principal neste momento continua sendo
demonstrar minha inocência dentro do processo de extradição no
Chile, à espera da decisão definitiva da Corte Suprema", disse
Fujimori.
"Quando o processo terminar, espero poder retomar minha
vida política para voltar a trabalhar pelo bem estar de todos
os peruanos," afirmou.
Fujimori é acusado pelo governo peruano de corrupção e
abusos aos direitos humanos, mas nega os crimes.
(Por Jean Luis Arce em Lima e Antonio de la Jara em
Santiago)