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Amazônia é tema de dois concorrentes no Festival do Rio

Por AE
Atualização:

Houve aplauso retumbante após a exibição de "Uma História de Amor e Fúria", a vibrante animação de Luiz Bolognesi, no Festival do Rio, segunda à noite. Houve outra, um pouco menor - e alguma vaia - para o longa exibido em seguida e que também concorre na Première Brasil. "A Floresta de Jonathas", do manauara Sérgio Andrade, é um pouco o "Na Natureza Selvagem" brasileiro. Conta a história de um jovem índio aculturado que se perde na floresta. Ele invoca os xamãs, a mãe. Ninguém responde. O espectador compartilha seu desespero na floresta que apresenta sua face mais cruel.A Amazônia também é tema de "Margaret Mee e a Flor da Lua", de Malu De Martino, uma das melhores surpresas desta Premiére Brasil que está tão boa. A diretora já havia feito "Como Esquecer", com Ana Paula Arósio e produção de Elisa Tolomelli. Malu trabalha de novo com Elisa. O filme faz um perfil muito especial da dublê de artista e cientista que pesquisou as flores da floresta amazônica. A meta de Margaret foi captar o efêmero, essa flor rara que se abre à noite, à luz da Lua, e morre rapidamente. Foram 15 expedições até que ela atingisse o objetivo.A busca da flor da Lua é uma história épica que Malu transforma num filme de delicadeza infinita, como as aquarelas de Margaret. Essa mulher foi guerreira - pioneira - na defesa ecológica. Parecia frágil, era uma forte. O filme lhe faz justiça. "A Floresta" propõe outra coisa no mesmo cenário. O diretor contrapõe a cultura dos índios e a dos brancos, dos amazonenses e dos ucranianos, utilizando a história de família dividida. Há Jonathas e o irmão, Juliano, que quer se integrar na sociedade dos brancos e sonha com mulheres sedutoras. Jonathas é mais tímido. A floresta parece seu território, mas se volta contra ele. O fim é enigmático. Parece inconclusivo. É misterioso como certos filmes do tailandês Apichatpong Weerasethakul também invocam o mistério de outras florestas. Não haverá espanto se o júri, na divisão dos prêmios, atribuir algum a "A Floresta de Jonathas" e, mais ainda, a "Margaret Mee e a Flor da Lua". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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