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'12 horas' estreia amanhã nos cinemas

O diretor brasileiro Heitor Dhalia lembra como foi desafiante fazer o seu primeiro filme em Hollywood

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Por Redação
Atualização:

Foi um longo e complicado namoro. Desde 2002 - há uma década, portanto -, Heitor Dhalia vinha mantendo conversações paras dirigir um filme em Hollywood. Num determinado momento, estava tudo engatilhado para que ele filmasse a cinebiografia de Zelda Fitzgerald, a conturbada mulher de Scott, o grande escritor. O projeto, como tantos outros, não saiu. Quando Dhalia já estava desistindo, surgiu a possibilidade de fazer o thriller 12 Horas. Ele topou, a atriz foi acertada - e Amanda Seyfried adorou a possibilidade de ser dirigida por um jovem e talentoso realizador brasileiro.12 Horas estreia amanhã nos cinemas brasileiros. A distribuição é da Paris Filmes, que faz um lançamento médio, com cerca de 60 cópias, nada comparável ao seu blockbuster mais recente - Jogos Vorazes. Mas é um circuito bom, e a empresa trata o filme decentemente. Heitor Dhalia refaz a experiência de Walter Salles, que também realizou um filme de gênero em Hollywood, o terror Dark Water. Mesmo sem cuspir no prato - e o filme é benfeito -, Dhalia sabe que foi vencido pela máquina do cinemão. Em outra experiência internacional - À Deriva -, ele pode não ter confirmado o que prometia em Nina e O Cheiro do Ralo, mas o filme virou cult entre executivos do próprio cinema norte-americano. O problema é que, mesmo simpatizando com ele, o produtor Tom Rosenberg, um milionário texano que faz cinema para não perder dinheiro, infernizou quanto pôde a vida de seu contratado. Dhalia contou que não teve direito nem a escolher sua equipe técnica. Ele propôs um diretor de fotografia. Rosenberg retrucou com outros dois e, quando Dhalia indicou um, ele contratou o outro. Todos os encontros do diretor com sua estrela para discutir a personagem foram em presença do produtor ou de algum de seus homens de confiança. Dhalia filosofa: "E isso que ele gostou de mim. Imagine se não tivesse gostado." Apesar do clima desfavorável, o diretor conseguiu terminar o filme no prazo, gastou menos e imprimiu, não um estilo, mas uma marca - na paleta de cores. O que aprendeu, espera aplicar agora num projeto pessoal, e grande - um filme sobre Serra Pelada, com Wagner Moura e Seu Jorge, que já está em pré-produção.

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