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Tim Robbins luta contra o barulho em 'Passando dos Limites'

Filme traz ator no papel de um justiceiro, o Retificador, obcecado com os barulhos de Nova York

Por Silvia Aloisi e da Reuters
Atualização:

Alguma vez você já sonhou em quebrar o vidro de um carro em sua rua porque o alarme do veículo tem o mau hábito de disparar no meio da noite? O diretor norte-americano Henry Bean costumava fazer exatamente isso, arrombando os carros de outras pessoas para desativar seus alarmes e poder dormir em paz. Ele acabou sendo levado aos tribunais e à cadeia - até parar e decidir fazer um filme sobre o assunto. Passando dos Limites (Noise), o segundo filme do diretor, traz Tim Robbins no papel de David, um pai de família de classe alta a quem os barulhos de Nova York deixam maluco - caminhões de lixo, buzinas, bipes e, o pior de tudo, os alarmes de automóveis disparando a qualquer hora do dia ou da noite. Ele fica tão obcecado com o barulho que se converte num justiceiro vestido de preto, o Retificador, que lança uma cruzada própria contra os alarmes de carros que acabam com sua calma. Depois de acabar na cadeia e quase afundar seu casamento, ele decide começar a travar seu combate por meios legais, recolhendo assinaturas para um abaixo-assinado com o qual espera levar o assunto para votação numa eleição para a câmara municipal da cidade. A iniciativa é imensamente bem recebida, mas é bloqueada pelo corrupto prefeito (William Hurt), fato que obriga David a recorrer a uma estratégia extrema. "Sair de casa para arrombar um carro cujo alarme está tocando há horas, ser preso, parar na cadeia, ser levado diante de um juiz - tudo isso aconteceu comigo. Eu fiz tudo isso", contou Bean, que vive em Nova York, a jornalistas depois de seu filme estrear no Festival de Roma, sendo aclamado pela crítica. "Quando fui preso, eu já vinha fazendo isso muito, durante anos. Mas quando tive que passar a noite na cadeia, e isso me custou vários milhares de dólares, comecei a perceber que não estava chegando a lugar algum reagindo dessa maneira." "Confesso que ainda depois disso, em algumas ocasiões, não consegui me controlar - saí de novo, fiz tudo outra vez, e não fui preso. Na realidade, você não encontrará policial algum que lhe diga que essas coisas (os alarmes de carros) adiantam para qualquer coisa."

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