
AFP
13 Abril 2018 | 11h41
Após as múltiplas denúncias sexuais em Hollywood, o maior sindicato de atores da indústria do entretenimento - SAG-Aftra - exigiu que acabem com as audições em quartos de hotel.
O sindicato publicou nesta quinta-feira, 12, as primeiras diretrizes de um Código de Conduta sobre Assédio Sexual.
"O SAG-Aftra se opõe que audições, entrevistas e reuniões profissionais similares sejam realizadas em quartos de hotel, ou residências privadas", indicou o texto publicado em seu site.
"Exortamos que produtores e outros responsáveis na tomada de decisões, com influência e controle da carreira profissional de outros, parem de ter essas reuniões profissionais nesses locais de alto risco e busquem alternativas de locais mais apropriados", acrescentou.
O sindicato também estimulou igualmente os agentes que tampouco marquem esse tipo de reunião para seus clientes, e recomendou a seus membros que, caso seja inevitável mudar o local, compareçam acompanhados de uma pessoa de confiança.
O código de conduta sai meses depois do enorme escândalo sexual em Hollywood, que explodiu com as acusações contra o produtor Harvey Weinstein.
Weinstein, que foi um poderoso e influente produtor de Hollywood, é assinalado por ter assediado e abusado sexualmente de centenas de atrizes jovens, modelos e funcionárias desde os anos 1990.
E em cada história havia elementos repetidos: convidava as mulheres para seu quarto de hotel com o motivo de falar de trabalho e tirava a roupa, oferecia massagens, ou pedia que elas o vissem se masturbar, tudo com promessas de fama, ou ameaças de arruinar suas carreiras.
Mira Sorvino, Rosana Arquette, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Cara Delevingne e Léa Seydoux estão entre os nomes que denunciaram o ex-magnata, hoje investigado pela polícia.
Essas primeiras acusações foram seguidas por uma onda de outras de abusos sexuais que envolveram pesos-pesados da indústria do entretenimento, que também agiram em quartos de hotel.
"Estamos comprometidos a enfrentar o cenário que permitiu que predadores explorassem a portas fechadas vários intérpretes sob a aparência de uma reunião profissional", declarou Gabrielle Carteris, presidente do SAG-Aftra, que representa 160 mil atores e outros profissionais do entretenimento e da mídia.
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