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Portugal exibe documentário póstumo de Manoel de Oliveira

Inédito, filme permaneceu durante mais de 30 anos no acervo da Filmoteca portuguesa, em Lisboa

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Por Redação
Atualização:

LISBOA - Visita ou memórias e confissões, documentário póstumo do cineasta Manoel de Oliveira, estreia hoje em Porto, sua terra natal. O português morreu no dia 2 de abril deste ano, aos 106 anos.

O material havia sido roubado em 1982, quando Oliveira tinha 74 anos, e permaneceu durante mais de 30 anos no acervo da Filmoteca portuguesa, em Lisboa, sob a condição de que só seria exibido depois de sua morte. O documentário, que será exibido no Teatro Municipal de Tivoli, foi gravado na casa onde Oliveira viveu, em Ponto, durante mais de 40 anos.

Diretor durante estreia do filme 'O Velho do Restelo', em dezembro de 2014 Foto: Henriques da Cunha/AFP

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Trata-se de um filme intimista que dialoga sobre as lembranças do cineasta, destacando sua experiência na prisão nos anos 1960, durante a ditadura salazarista. O documentário também aborda sua relação com seus antepassados, com as mulheres e reflexões sobre a morte e o sofrimento.

Com pouco mais de uma hora, o filme é dedicado a sua mulher, Maria Isabel, e conta com diálogos escritos pela portuguesa Agustina Bessa-Luís e interpretados pelos atores Diogo Dória e Teresa Madruga.

Depois do Porto, Visita ou memórias e confissões será exibido em Lisboa, na Filmoteca portuguesa, e no Festival de Cannes, na França. 

Manoel de Oliveira (1908-2015) era uma das figuras culturais mais icônicas de Portugal desde a morte do prêmio Nobel José Saramago, em 2010. Cineasta muito apreciado nos ambientes intelectuais da França e do Brasil, Oliveira dirigiu mais de 60 filmes ao longo de oito décadas, durante as quais foi premiado nos prestigiosos festivais de Veneza (1985), Cannes (2008) e Berlim (2009).

Até sua morte, era considerado o mais realizador mais velho do mundo em atividade, com uma carreira que iniciou no cinema mudo com Douro, Faina Fluvial, em 1931. Com aversão aos excessos de efeitos especiais e sonoros, sua obra é considerada uma legado que preserva a memória do século XX.

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