O que une e o que separa os casais pode ser simplesmente a mesma coisa. Aquilo que, no começo da relação, é uma qualidade, anos depois pode se transformar num defeito insuportável. No doloroso Namorados para Sempre, Dean (Ryan Gosling, de A Garota Ideal) e Cindy (Michelle Williams, Ilha do Medo) se conhecem, se apaixonam, casam, têm uma filha e o tempo consome a ternura. Dirigido e coescrito por Derek Cianfrance, Namorados para Sempre investiga os mecanismos que aproximam as pessoas e as primeiras fraturas de um relacionamento que culminam com a separação. Para isso, a narrativa entrecorta passado e presente, dois tempos da descoberta e da perda. Há uma elipse grande entre os personagens da qual o roteiro dá conta muito bem, deixando nas entrelinhas tudo o que é preciso saber daqueles anos que não são mostrados no filme. Como ao centro de Namorados para Sempre está o arco do casal de protagonistas, a força vem, é claro, das duas interpretações. Michelle (indicada ao Oscar) e Gosling encontram a distinção que existe entre o passado e o presente de Dean e Cindy. As mudanças pelas quais passam os personagens são críveis porque os atores trazem à tona exatamente o que há de mais humano nessas pessoas: a fragilidade.