'Namorados para Sempre' traz indicada ao Oscar Michelle Williams

Direção de Derek Cianfrance adota tons diferentes para contar os dois momentos de um casal

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Por Redação
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O que une e o que separa os casais pode ser simplesmente a mesma coisa. Aquilo que, no começo da relação, é uma qualidade, anos depois pode se transformar num defeito insuportável. No doloroso Namorados para Sempre, Dean (Ryan Gosling, de A Garota Ideal) e Cindy (Michelle Williams, Ilha do Medo) se conhecem, se apaixonam, casam, têm uma filha e o tempo consome a ternura. Dirigido e coescrito por Derek Cianfrance, Namorados para Sempre investiga os mecanismos que aproximam as pessoas e as primeiras fraturas de um relacionamento que culminam com a separação. Para isso, a narrativa entrecorta passado e presente, dois tempos da descoberta e da perda. Há uma elipse grande entre os personagens da qual o roteiro dá conta muito bem, deixando nas entrelinhas tudo o que é preciso saber daqueles anos que não são mostrados no filme. Como ao centro de Namorados para Sempre está o arco do casal de protagonistas, a força vem, é claro, das duas interpretações. Michelle (indicada ao Oscar) e Gosling encontram a distinção que existe entre o passado e o presente de Dean e Cindy. As mudanças pelas quais passam os personagens são críveis porque os atores trazem à tona exatamente o que há de mais humano nessas pessoas: a fragilidade. Dean é romântico, apaixonado e quer ser feliz. Cindy quer estudar medicina, tem um namorado, Bobby (Mike Vogel), a quem ama, mas que logo perceberá que é alguém em quem não pode confiar. Amar, diz o filme, envolve renúncias, autossacrifícios. A direção de Cianfrance adota tons diferentes para contar os dois momentos do casal. Texturas e cores servem para diferenciar o estado dos personagens em cada momento. Já a trilha sonora de Grizzly Bear ajuda a criar um clima - especialmente quando o par está se apaixonando, criando um ar um tanto onírico. É um clima de sonho, aliás, que persiste enquanto Dean e Cindy estão se conhecendo, se descobrindo. Mais tarde, anos depois, quando a realidade os desperta, e eles percebem que viver a dois é mais complicado do que apenas estar apaixonado, pode ser tarde demais. Ainda assim, "Namorados para sempre" diz que amar vale a pena, mesmo quando o futuro é incerto.(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

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