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Mostra Internacional de Cinema de São Paulo: dicas para a sexta-feira, 28/10

Sexo e violência, erotismo e racismo, dão o tom dos filmes

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Sexo e violência, erotismo e racismo, dão o tom das atrações de hoje da Mostra. Após a sessão de O Nascimento de Uma Nação, haverá uma mesa de debate – A Voz do Negro no Cinema – com a participação do cineasta Jeferson De, que integra o júri deste ano.

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The Handmaiden

Sensação no Festival de Cannes, em maio, o longa do coreano Park Chan-wook retoma um tema caro ao autor, o vampirismo, mas aplicado às relações humanas e sociais. Garota vai trabalhar como camareira de uma herdeira. Tornam-se íntimas, mas isso é só o começo. O filme possui camadas e, no limite, tudo faz parte de um plano macabro para concentrar poder, e dinheiro. O filme é belíssimo, puro deleite audiovisual. E carrega no erotismo, com cenas de sexo homo, hetero, sadomasô etc.

Caixa Belas Artes 1, 18h55.

Diabo no Corpo

Para prosseguir no assunto ‘sexo’, vale destacar o longa de Marco Bellocchio, feito no auge das fase psicanalítica do homenageado da Mostra deste ano. Em entrevista ao repórter, Bellocchio falou da sua ‘ricerca psicoanalitica’ e de como ela influenciou sua abordagem da figura feminina, notadamente da mãe. O filme baseia-se no romance de Raymond Radiguet, que Claude Autant-Lara já havia filmado nos anos 1940 – Adúltera, com Gérard Philippe e Micheline Presle. Embora fosse cult total, Adúltera tornou-se odiado por François Truffaut, no seu tempo de crítico. A versão de Bellocchio é coassinada por seu terapeuta, Massimo Fraggiolli. O original conta a história da mulher de um soldado em batalha, na 1.ª Grande Guerra, que se envolve numa tórrida ligação com adolescente. Com Bellocchio, a mulher de um terrorista urbano que se arrependeu – e aburguesou – está desesperada. Sexualidade e loucura. Ela se envolve com garoto. Ficou famosa a cena de sexo explícito, quando a atriz Maruschka Detmers faz sexo oral no rapaz. Em tempo, foi Faggiolli quem teve a ideia do ‘fellatio’.

Cinemateca, Sala BNDES, 19 h.

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O Nascimento de Uma Nação

Em 1967, no mesmo ano em, que Norman Jewison ganhou o Oscar de filme, mas não o de direção, com No Calor da Noite, sobre racismo, William Styron publicou As Confissões de Nat Turner. Em forma de relato ficcional, na primeira pessoa, ele reconstitui uma revolta da escravos na ‘América’. Sob a liderança de Nat, os escravos estupram, matam, pilham. Jewison adquiriu os direitos e tentou filmar, mas era demais para uma Hollywood que adotava uma atitude de prudente distância face ao movimento por direitos civis nos EUA. Quase 50 anos depois, Nate Parker, com o mesmo título do clássico racista de David W. Griffith, de 1915, coloca, enfim, a revolta de Nat Turner na tela. O filme será usado pela Mostra para um debate sobre racismo nesta sexta, 28. Vale lembrar que antes, e no mesmo cinema, vai passar Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga. Cinearte 1, 20h15. Vale ressaltar que o debate sobre racismo ficou comprometido, nos EUA, quando vazou a informação de que o diretor, e seu colega de quarto, na época, estiveram envolvidos num caso de estupro, em 1999. Nate foi absolvido, mas a volta da história o colocou sob fogo cruzado.

Redemoinho

O longa que assinala a estreia de José Luiz Villamarim (O Rebu, Justiça etc) no cinema baseia-se em Luiz Ruffato. Conta uma história de amizade, mas os protagonistas (Irandhir Santos e Júlio Andrade) não são tão amigos assim, como se descobre com o desenrolar da trama, quando os segredos começam a ser desvendados. O filme é muito bem realizado e revela, por parte do diretor estreante, um verdadeiro temperamento de cineasta.

Espaço Itaú, Frei Caneca 2, 21h50.

Noites de Cabíria

No ciclo que homenageia o centenário de Paulo Emilio Salles Gomes chega a vez do clássico de Federico Fellini com sua mulher, Giulietta Masina. A história de Cabíria, prostituta que não deixa de sonhar, mesmo confrontada com a dureza da vida. Oscar de filme estrangeiro, um clássico.

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Vão Livre do Masp, 19h30.

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