E a 40.ª Mostra Internacional de São Paulo terminou oficialmente na noite desta quarta-feira,2, com a cerimônia de premiação no Parque do Ibirapuera, seguida da apresentação do clássico A General, de Buster Keaton e Clyde Bruckman, com acompanhamento de música ao vivo. A Orquestra Sinfônica de Heliópolis, do Instituto Baccarelli, tocou pela primeira vez (em todo o mundo) a nova partitura criada pelo compositor Robert Israel, que também foi o regente. Foi uma noite de raro encantamento audiovisual.
No particular formato da Mostra, o público escolhe seus eleitos e sobre esses delibera o júri internacional, que este ano foi integrado, entre outros, pelos cineastas Jeferson De, Bete Gordon e Nicolas Klotz. O Troféu Bandeira Paulista – uma criação da artista Tomie Ohtake – para o melhor filme, segundo o júri, foi para o venezuelano El Amparo, de Rober Calzadilla, baseado numa história real ocorrida em 1988. Apenas dois homens – pescadores – sobreviveram a um ataque no qual morreram 14 colegas. Desde então, tem havido muitas discussão no país, porque o exército, responsável pelo massacre, mascarou as vítimas como terroristas, o que não eram. É um filme muito forte.
O júri outorgou duas menções às atrizes Mirjana Karanovic, por A Boa Esposa, da Sérvia/Bósnia/Herzegovína/Croácia, e Lene Cecilia Spark, por Sami Blood, da Suécia. A crítica distribuiu dois prêmios – melhor estrangeiro para Depois da Tempestade, do japonês Hirokazu Kore-eda, e melhor brasileiro para Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga, realmente excepcional.
Veja a lista completa abaixo:
PRÊMIO DO JÚRI INTERNACIONAL
Melhor filme: El Amparo, de Rober Calzadilla.
Mensão Honrosa do júri: Mirjana Karanovic (atriz do filme A Boa Esposa) e Lene Cecilia Park (atriz do filme Sámi Blood).
Prêmio Abbas Kiarostami: Maat, de Saba Kezemi.
PRÊMIO DO PÚBLICO
Melhor filme de ficção internacional: The Handmaiden, de Park Chan-wook.
Melhor documentário internacional: Gurumbé - Canciones de tu Memoria Negra, de Miguel Angél Rosales, e Gaga - O Amor Pela Dança, de Tomer Heymann.
Melhor filme brasileiro de ficção: Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé.
Melhor documentário brasileiro: Martírio, Vincent Carelli.
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor filme internacional: Depois da Tempestade, de Hirokazu Koreeda.
Melhor filme brasileiro: Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga.
PRÊMIO ABRACINE
Melhor filme: A Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira.
PRÊMIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ROTEIRISTAS E AUTORES
Melhor roteiro da competição Novos Diretores: El Amparo, de Rober Calzadilla.
PRÊMIO HUMANIDADE
Andrzej Wajda
PRÊMIO LEON CAKOFF
Marco Bellocchio, William Friedkin, Antônio Pitanga.