Morgan Freeman recebe prêmio honorário pelo conjunto da carreira

Em sua fala de agradecimento, o ator destacou a terceira idade e revelou que seu primeiro papel de relevância foi aos 50 anos

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Por Agências Internacionais e O Estado
Atualização:

Morgan Freeman é um daqueles atores que mesmo em papeis pequenos se deixa notar. E foram tantos trabalhos no cinema que ele perdeu a conta. Freeman, que completará 80 anos, em 1 de junho deste ano, recebeu nesta segunda, 6, um prêmio honorário pelo conjunto da carreira, entregue pela revista American Association for Real Possibilities (AARP), em uma cerimônia no hotel Beverly Wilshire, em Los Angeles, Califórnia. “Meu primeiro papel de relevância no cinema eu consegui aos 50 anos e aprendi a pilotar aviões aos 65 anos, portanto é uma honra estar aqui hoje com todos vocês”, disse ao subir no palco para receber o troféu.

Morgan Freeman com o troféu dado pela revista 'American Association for Real Possibilities' pelo conjunto da carreira Foto: Vince Bucci/Invision/AP

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O primeiro trabalho de Freeman no cinema foi em um filme sobre prisão, Brubaker, em 1980, dirigido por Stuart Rosenberg e estrelado por Robert Redford, justamente o mesmo tema de um outro longa que iria consagrar em definitivo a carreira do ator, em 1994, Um Sonho de Liberdade, de Frank Darabont, baseado no livro Rita Hayworth and Shawshank Redemption, de Stephen King. O ator disse em entrevistas que até hoje ele é parado nas ruas para falar do filme e do seu personagem.

Mas de fato, Freeman só iria ganhar um personagem de destaque aos 50 anos, em 1987, em Armação Perigosa, de Jerry Schatzberg, na pele de um bandido, Fast Black, que persegue o personagem interpretado por Christopher Reeve (1952-2004), que lhe valeu sua primeira indicação ao Oscar em 1988 (perdeu para Sean Connery por Os Intocáveis). Depois disso, o ator ganhou papeis que revelaram seu talento e sua capacidade de interpretar qualquer personagem, desde um sargento, John Rawlins, em Tempo de Glória, até um chofer em Conduzindo Miss Daisy, outras duas indicações ao Oscar, uma delas como ator principal (ele ganhou uma estatueta como ator coadjuvante por Menina de Ouro, de Clint Eastwood, em 2004).

Freeman recebeu o troféu pelo conjunto da carreira das mãos da atriz britânica Helen Mirren, com quem trabalhou em Red: Aposentados e Perigosos. Ele aproveitou a ocasião para brincar com ela e com seu marido, o diretor Taylor Hackford. “Quero que o mundo sabia que estou apaixonado por Helen e sigo sendo há anos. Seu marido sabe e sigo vivo”.

Aos 79 anos, o ator disse que não se sente um velho. “Sou um maldito idoso, mas não me vejo como tal. Todas as manhãs, quando me levanto, pulo na frente do espelho como quando era uma criança. No final esse é meu trabalho. Provar. Criar. Comecei com 50 anos, e o que veio depois foi a melhor eta da minha vida”, filosofou.

E para quem já interpretou o presidente dos Estados Unidos, em Impacto Profundo, de 1998, o ator não deixou de falar da situação atual do seu País, agora governado por Donald Trump.“Como ator sinto que tenho a responsabilidade de deixar um mundo melhor quando já não esteja aqui. E atualmente vivemos tempos duros e de enorme incerteza, mas estou convencido que superaremos tudo isso”.