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'Me Chame Pelo Meu Nome' e documentário 'Saudade' estão nas estreias da semana; confira os filmes

Confira informações sobre os filmes que entram em cartaz no Brasil nesta quinta-feiram 18

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Por Redação
Atualização:

‘Saudade’(Brasil, 2017, 77 min.).  Direção de Paulo Caldas.

Ruy Guerra, em cena do documentário Saudade, de Paulo Caldas Foto: Ruy Guerra

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Luiz Zanin Oricchio - Sempre se disse que a palavra “saudade” era privativa da língua portuguesa, nosso tesouro oculto. Não só a palavra, mas o conceito mesmo. O cineasta Paulo Caldas resolveu tirar a limpo esse mito nacional. Claro, o filme só poderia se chamar Saudade e tenta aclarar o que compõe esse sentimento, entrevistando uma série pessoas do universo luso-brasileiro. As quase 300 horas de entrevistas gravadas redundam no formato híbrido de longa-metragem para cinema e série para o Canal Arte 1, que entra como coprodutor. 

Escritores, poetas, cineastas, filólogos e filósofos dão seus pitacos sobre essa indefinível sensação de banzo que nos caracteriza (mas será que é assim mesmo?). A saudade remete a algo perdido, por isso se confunde com a nostalgia, pois esta olha sempre para o passado. O saudosista também não é muito benquisto nos dias que correm. A palavra refere-se àquela pessoa para a qual o melhor da vida já passou, já foi, já era e afunda-se nas brumas do antanho. 

Mas, para nossa surpresa, nem sempre a palavra desperta conotações negativas. Para o historiador Durval Muniz, a saudade é algo ontológico, o nosso suspiro diante do Paraíso perdido. O escritor Braulio Tavares entende que é impossível para uma pessoa situar-se na vida sem, em alguma medida, remeter-se ao que já foi; quer dizer, ao que já não é mais, mas foi um dia para que ela seja quem é no presente. Portanto, conclui, alguém sem passado seria como uma casa sem alicerces. Frágil, prestes a desabar diante de qualquer intempérie. 

Desse modo, a saudade não se comporia apenas do seu negativo – o luto pelo que não volta mais – mas pelo seu positivo, um esteio para enfrentar o desconhecido e seus desafios. Não é apenas paralisante, como temem os que só creem nas promessas do futuro, mas antídoto para o eterno presente, a alienante mitologia do nosso tempo. Sem passado e sem futuro, vivemos no eterno hoje das redes sociais. Um pouco de saudade não faz mal a ninguém, como nos lembra esse belo filme. 

Me Chame pelo Seu Nome / Call Me By Your Name  (Brasil-EUA-França-Itália/2017, 131 min.). Dir. Luca Guadagnino. Com Armie Hammer, Timothée Chalamet, Michael Stuhlbarg. 

Luiz Carlos Merten - Nos últimos anos, o prêmio independente Gotham tem sido indicativo do Oscar. Ganha o primeiro, leva o segundo. Venceu este ano Me Chame pelo Seu Nome, de Luca Guadagnino, que também foi indicado para o Globo de Ouro. A Associação dos Correspondentes Estrangeiros preferiu fortalecer a luta das mulheres. Ignorou o gay. Me Chame é sobre a atração de um garoto italiano por um estudante norte-americano de seu pai, um erudito que acolhe o estrangeiro na residência de verão da família, no norte da Itália.

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Me Chame pelo Seu Nome nasceu como projeto de James Ivory, adaptado do livro de André Aciman. Ivory caiu fora, assumiu Guadagnino. Produtor do filme, o brasileiro Rodrigo Teixeira convenceu o diretor a dar o papel do gringo a Armie Hammer. Timothée Chalamet é o garoto. Venceu o Gotham de ator, foi indicado para o Globo e é muito provável que vá para o Oscar. Para sua informação: Pedro Almodóvar escolheu Me Chame como filme do ano e Timothée como revelação... Da década!

Correndo Atrás de um Pai / Father Figures  (EUA/2017, 113 min.). Dir. Lawrence Sher. Com Owen Wilson, Ed Helms, J.K. Simmons, Glenn Close. 

Kyle (Owen Wilson) e seu irmão gêmeo, Peter (Ed Helms), sempre acreditaram que o pai havia morrido. Isso até descobrirem que a mãe, excêntrica, mentiu para eles a vida inteira. Aos 40 anos, os irmãos iniciam uma busca pelos EUA que causará reviravolta em suas vidas. Para descobrir o paradeiro do pai biológico, provocam confusões enquanto abordam estranhos que se relacionaram com sua mãe no passado. A mãe dos gêmeos é interpretada pela atriz Glenn Close. O diretor de fotografia Lawrence Sher faz sua estreia na direção.

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Os Iniciados / The Wound (África do Sul-Alemanha-França-Holanda/2017, 88 min.).Dir. John Trengove. ComNakhane Touré, BongileMantsai, Niza Jay Ncoyini. 

Os Iniciados, de John Trengove, é um interessante filme sul-africano, raridade no circuito. Trata da iniciação de adolescentes de etnia Xhosa, que consiste em circuncisão e isolamento por determinado período. É um rito de passagem para a idade adulta, no qual os garotos recebem assistência de auxiliares. Longe de se limitar ao caráter etnográfico, o filme trata de questões como o choque entre garotos do campo e da cidade. Aborda também a questão da homossexualidade, tratada neste filme de belas imagens e aspereza temática. / L.Z.O

Sobrenatural:A Última Chave / Insidious: The Last Key (EUA/2017, 104 min.)Dir. Adam Robitel. Com Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson.

Quarto filme da assustadora franquia, Sobrenatural: A Última Chave traz de volta à série a parapsicóloga Elise Rainier, interpretada por Lin Shaye, que está sendo requisitada para tentar solucionar um misterioso caso no Novo México. Trata-se de uma assombração que está aterrorizando as pessoas do local, mas não é só isso: essa casa é a mesma em que a doutora Elise passou sua infância. Agora o assunto é com ela, algo muito pessoal, pois a médium terá de enfrentar os seus próprios fantasmas, aqueles escondidos no fundo de sua alma. 

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Gaby Estrella (Brasil/2017, 94 min.)Dir. Claudio Boeckel. Com Maitê Padilha, Bárbara Maia, Luiza Prochet. 

Sucesso na TV fechada, Gaby Estrella ganha agora o próprio filme, com direção de Cláudio Boeckel. A cantora teen que dá nome ao longa-metragem – interpretada novamente por Maitê Padilha – está perdendo espaço no cenário da música para sua concorrente, Natasha (Luiza Prochet). Para conseguir retornar ao topo das paradas, a garota precisa voltar às suas origens na cidade de interior Vale Mirim. Lá, Gaby tem de se acostumar de novo com a vida na fazenda, além de enfrentar as artimanhas de sua prima, Rita de Cássia (Bárbara Maia).