Iñárritu, vencedor do Oscar por 'Birdman', não vê maldade em piada de Sean Penn

No anúncio do Oscar de melhor filme, o ator perguntou 'Quem deu o green card a esse cara?', referindo-se ao diretor mexicano

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Por Redação
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Ao anunciar que Birdman havia sido escolhido o melhor filme, o ator Sean Penn fez uma brincadeira considerada por muitos como ofensiva e racista. Ele disse: “Quem deu o green card para esse cara?” O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu não viu maldade, e disse, depois da cerimônia, que aquilo era só uma “piada brutal entre velhos amigos”. Os dois trabalharam juntos em 21 Gramas, de 2003. “Nós temos esse tipo de relação selvagem em que só a verdadeira amizade pode sobreviver”, disse o diretor, que confessou ter feito piadas pesadas como essa com o ator.

O cineasta mexicanoAlejandro González Iñárritu, sentado ao lado de Sean Penn edosprodutores James W. Skotchdopole e John Lesher Foto: ARMANDO ARORIZO/EFE

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Iñárritu, que já tinha subido ao palco para receber o Oscar de melhor diretor e de melhor roteiro original, brincou, em seu discurso, que talvez no próximo ano o Governo imponha alguma regra de imigração à Academia. Isso porque em 2014 Alfonso Cuarón, também mexicano, ganhou o prêmio de direção.“Dois mexicanos em anos seguidos? Suponho que isso seja suspeito.” 

Mais importante, porém, foi sua fala final, mais séria: “Quero dedicar este prêmio aos meus compatriotas mexicanos - aqueles que vivem no México. Rezo para podermos encontrar e construir um governo que todos merecem. E para os que vivem nos Estados Unidos e que fazem parte da mais nova geração de imigrantes, rezo para que sejam tratados com a mesma dignidade e o mesmo respeito dos que vieram antes e construíram esta incrível nação de imigrantes”. 

Essas foram as últimas palavras de uma cerimônia marcada por questões políticas - Patricia Arquette, melhor atriz coadjuvante, pediu igualdade de direitos para mulheres, e Graham Moore, vencedor da categoria roteiro adaptado pelo filme O Jogo da Imitação, se dirigiu, em seu emocionado discurso, a todos os que - como ele ou Alan Turing, sobre quem o filme fala - se sentem estranhos ou diferentes.

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