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Filme narra história semelhante à de Madeleine McCann

'Gone, Baby Gone' estréia este fim de semana nos EUA e pode prever a realidade na ficção

Por Mateo Sancho Cardiel e da EFE
Atualização:

Apesar de a estréia no Reino Unido ter sido adiada por causa das semelhanças com o caso de Madeleine McCann, Gone, Baby Gone chega neste fim de semana aos cinemas americanos, numa trama que pode prever a realidade na ficção, como já aconteceu em Síndrome da China e Interlúdio.   Ben Affleck é o diretor do filme, que mostra grandes semelhanças com a investigação do caso Madeleine McCann.   Exibido no Festival de Toronto e elogiado pela crítica, o filme ainda não tem data de estréia no Reino Unido. A produção é originalmente baseada no romance homônimo de Dennis Lehane. O autor já teve um livro adaptado para as telas, Sobre Meninos e Lobos (2003).   O longa, protagonizado por Casey Affleck, Morgan Freeman e Ed Harris, mostra mais uma vez como o cinema é capaz de antecipar a realidade, da mesma forma que fizeram escritores como Júlio Verne.   Em 16 de março de 1979 estreou Síndrome da China, com Jack Lemmon e Jane Fonda. No filme, repórteres descobrem uma falha que podia colocar a população de Los Angeles em perigo. A descrição na estréia do filme dizia: "Hoje só alguns sabem o que significa... Em breve vocês saberão".   Treze dias depois, uma série de erros humanos e mecânicos causaram o pior acidente nuclear dos Estados Unidos, na central de Three Mile Island, em Harrisburg, Pensilvânia. Milhares de pessoas foram removidas por causa da nuvem radioativa. O filme potencializou sua popularidade e, meses mais tarde, ganhou quatro Oscars. Entre eles, ironicamente, o de melhor roteiro original.   Nova York Sitiada (1998) não teve tanta repercussão comercial. O filme apresentava atentados realizados por um grupo radical do Oriente Médio na cidade. Com direção de Edward Zwick, contou com astros do porte de Bruce Willis, Denzel Washington e Annette Bening no seu elenco.   Três anos depois, com os atentados de 11 de setembro de 2001, cenas do filme apareceram em todas as redes de TV. As locações do DVD dispararam.   Já o cineasta mexicano Paul Leduc, no momento da estréia de O Cobrador (2006), contou que um amigo telefonou para ele no dia 11 de setembro, para dizer que "seu roteiro estava aparecendo na televisão". O atentado acabou adiando a exibição do filme por cinco anos.   O filme "começava com 'Exterior. Nova York. Torres Gêmeas. Dia' e terminava com a canção de Tom Zé 'Quem é que tá botando dinamite na cabeça do século?' e acabou sendo, sem querer, a visão latino-americana dos atentados", segundo Leduc.   O longa é estrelado por Antonella Costa e Peter Fonda e baseado em contos de Rubem Fonseca.   Muitos anos antes, Charles Chaplin viu como seu filme O Grande Ditador (1940) teve uma apavorante relação com os acontecimentos seguintes.   O documentário sobre o filme O Vagabundo e o Ditador (2002), de Kevin Brownlow e Michael Kloft, mostra que Albert Speer, o arquiteto de Hitler, considerou o primeiro longa falado de Chaplin "o melhor documentário já feito sobre Hitler". Outras pessoas afirmam que o ditador ria quando via algumas cenas.   Em 1945, o mago do suspense, Alfred Hitchcok foi cedido ao estúdio RKO. O roteiro de Interlúdio, escrito por Ben Hetch, mostrava algo que os magnatas do cinema julgavam inverossímil: uma garrafa que continha urânio para fabricar uma bomba.   Além de Cary Grant, Ingrid Bergman e Claude Rains, o diretor teve durante as gravações uma presença inesperada. O FBI supervisionou algumas cenas do filme.   Interlúdio foi exibido pela primeira vez em 15 de agosto de 1946, em Nova York, recebendo excelentes críticas. Cerca de um ano antes, em 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, os Estados Unidos lançaram uma bomba de urânio, que deixou milhares de mortos.

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