Quando o Festival de Roma esqueceu de
convidar Sophia Loren para sua primeira edição no ano passado,
ela afirmou ter ficado furiosa com o desprezo.
Neste ano, Roma deu à Loren um prêmio pela carreira e
organizou uma série de eventos para honrar o meio século de
trabalhos da atriz que ficou conhecida como o artigo de
exportação mais conhecido da Itália, depois das massas.
"É a primeira vez que recebo um prêmio pela carreira na
Itália, espero ter merecido", disse a estrela vencedora do
Oscar, que usava um vestido Armani preto, na noite de
quinta-feira no tapete vermelho da cerimônia.
Sexta-feira foi o "Dia Loren" no festival, com a atriz
respondendo a perguntas de 700 fãs e com a exibição de
"Matrimônio à Italiana", um de seus filmes mais famosos,
inaugurando uma retrospectiva de seus trabalhos.
Ainda glamurosa aos 73 anos, Loren é frequentemente
lembrada como uma das mulheres mais sensuais do mundo e no ano
passado apareceu no calendário da Pirelli, que geralmente opta
por top models com um quarto de sua idade.
Uma filha ilegítima que cresceu num cortiço nas redondezas
de Nápoles, Loren foi descoberta em um concurso de beleza
quando era adolescente por um produtor de cinema que depois se
tornou o marido dela.
Ela ganhou o Oscar em 1962 pelo trágico retrato de uma mãe
no tempo da guerra no clássico neo-realista "Duas Mulheres", de
Vittorio de Sica.
Nas décadas de 60 e 70, Loren, de Sica e o ator Marcello
Mastroianni assinaram clássicas comédias sociais como "Ontem,
Hoje e Amanhã" (1963) e "Matrimônio à Italiana" (1964).
Mais de 10 anos depois, ela cativou o público com a atuação
em "Um Dia Muito Especial", de Ettore Scola. Ela voltou a se
juntar a Mastroianni em "Prêt-à-Porter", sátira de 1994 sobre o
mundo fashion, dirigida por Robert Altman.