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Festival de cinema Fest Aruanda tem início com o filme 'Axé, Canto de um Povo de um Lugar'

Documentário sobre a música baiana será visto na noite de abertura da 11ª edição da mostra realizada na Paraíba

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Com o documentário baiano Axé, Canto de um Povo de um Lugar, de Chico Kertész, começa hoje, 8, à noite, em João Pessoa, a 11.ª edição do Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro. Axé será apresentado fora de concurso. Disputa de prêmios, para valer, só a partir de amanhã. 

Na grade de programação preparada pela equipe do festival, pinta como forte concorrente Era o Hotel Cambridge, da paulistana Eliane Caffé. O filme mistura linguagens de documentário e ficção para registrar a ocupação de um imóvel abandonado em São Paulo por um grupo de sem-teto. Tem pulsão política e qualidade cinematográfica. 

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Mais duas diretoras apresentam seus filmes em concurso: Leandra Leal com Divinas Divas, e Emília Silveira, com Silêncio no Estúdio. Leandra, muito conhecida como atriz, estreia como cineasta com esse estudo sobre travestis que se apresentam no palco e cultivam a arte (curioso, adota temática parecida com o ótimo filme cubano em cartaz, Viva). Emília elege como personagem a escritora e apresentadora de TV Edna Savaget (1928-1998), que dirigia sua atenção ao público feminino. 

Num momento em que a questão do feminino se coloca com muita força, o Aruanda programa três filmes de diretoras em sua mostra competitiva principal. Os outros concorrentes são Vermelho Russo, de Charly Braun, Deserto, de Guilherme Weber, Canastra Suja, de Caio Sóh, e Fica Mais Escuro Antes do Amanhecer, de Thiago Luciano.

Este ano, o Aruanda inova e amplia seu alcance. Além da mostra nacional, programou a mostra Sob o Céu Nordestino, com filmes ambientados na região. A curiosidade é que dois cineastas concorrem nas duas mostras. Emília Silveira leva seu Silêncio do Estúdio para a mostra nacional e Galeria F. para a Mostra Sob o Céu nordestino. Caio Sóh concorre com Canastra Suja na primeira e com Por Trás do Céu na segunda. 

A mostra Sob o Céu Nordestino é completada por Pedro Osmar: Pra Liberdade Que se Conquista,de Consonni & Marques (PB), O Crime da Cabra,de Ariane Porto (SP), e Cícero Dias, o Compadre de Picasso, de Vladimir Carvalho (DF). 

Serão portanto 12 longas em competição, sendo sete na mostra nacional e cinco na mostra Sob o Céu do Nordeste. Além deles, há os 12 curtas em competição e outros, no mesmo formato, da TV Universitária. O festival se adensa, se amplia, as sessões ficam mais longas. Segue a tendência de outros eventos do gênero ao preencher todas as horas do dia com atividades variadas. As sessões, com a ampliação, devem rolar até mais tarde. No dia seguinte, logo às 9h30, começam os debates dos filmes da véspera, atividade fundamental dos festivais, prejudicada pelo excesso de atividades. 

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Além dos filmes em si, e dos debates, estão previstas mesas-redondas sobre o cinema e homenagens a personalidades locais. O homenageado de 2016 é o crítico e escritor Willis Leal, que completa seus 80 anos. In memoriam, serão homenageados também Péricles Leal (1930-1999), teledramaturgo e criador do primeiro herói brasileiro em HQ, o Falcão Negro, e o cineasta e montador Manfredo Caldas (1947-2016). O repórter e cineasta pernambucano Geneton Moraes Neto (1956-2016) também será lembrado. 

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