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Estréia "Vida de Menina", sobre Helena Morley

Anne Frank divide com Helena Morley, nascida em Diamantina, o posto da jovem que escreveu um dos melhores diários do mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

Muitos já ouviram falar do Diário de Anne Frank, escrito por uma garotinha judia que viveu num esconderijo em Amsterdã, na Holanda, na tentativa de fugir da polícia alemã durante a 2.ª Guerra Mundial. Poucos sabem, porém, que Anne Frank divide o posto da jovem que escreveu um dos melhores diários do mundo com uma brasileira, Helena Morley, nascida em Diamantina. O livro Minha Vida de Menina é um sucesso de vendas e crítica no planeta todo e chega às telas neste fim de semana, na versão para o cinema da diretora Helena Solberg, com o nome Vida de Menina - o grande vencedor do Festival de Gramado de 2004, que conquistou cinco Kikitos. O êxito do livro não se deve à história em si, mas em como ela é contada. Helena Morley foi uma menina rebelde, que não media palavras nem atitudes e se achava feia por ser sardenta e ruiva. "A Helena viveu em Diamantina no final do século 19. A cidade é quase um personagem vivo do diário", conta a diretora. "Como ela é um patrimônio histórico da humanidade, tivemos que cobrir as ruas de terra e sujar as casas com a promessa de limpar tudo depois". Orçado em R$ 3 milhões, o longa é estrelado por Ludmila Dayer, a ex-ninfa bebê de José Wilker em Senhora do Destino. No filme, filmado em 2003, ela ainda é uma garotinha ruiva e sardenta. No elenco estão também Daniela Escobar (mãe), Dalton Vigh (pai) e Maria de Sá (avó). O diário, que Helena Morley só publicou aos 62 anos, é enorme. A diretora preferiu deixar de lado alguns personagens e optar por uma narrativa mais lenta, enfocando a relação de Helena com a avó e a luta do pai minerador para sobreviver dos diamantes em uma época em que eles já não eram mais abundantes na cidade, assim como no País todo. Os escritos de Helena Morley comoveram a poeta americana Elizabeth Bishop, que demorou três anos para traduzi-lo para o inglês. Outro fã do diário na época foi Gilberto Freyre.

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