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ESTREIA-"Paixão Inocente" é exemplar típico do cinema independente

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Por Redação
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Não é nenhuma surpresa que o drama “Paixão Inocente” tenha sido exibido no Festival Sundance – o longa, de Drake Doremus, tem todas as credenciais estéticas e temáticas mais óbvias do cinema independente americano. Logo na primeira cena, o diretor, que assina o roteiro com Ben York Jones, deixa claro que seu filme foi feito para Sundance. Nesse sentido, o longa é sintomático da conjuntura atual do cinema independente americano: o impasse num mesmo registro, sempre mais do mesmo. Enquanto as gerações anteriores – Wes Anderson, Spike Jonze e colegas – começam a se reinventar, Doremus e seus contemporâneos insistem na surrada fotografia esmaecida, câmera tremida, narrativa metida a séria e o batido tema do desmantelamento da família americana. Afinal, “Beleza Americana”, que segue mais ou menos na mesma pegada, foi feito há mais de dez anos. Aqui, Guy Pearce (“Amnésia”) é um professor de música de uma escola secundária, num subúrbio não muito longe de Nova York. Sua grande frustração foi ter abandonado a carreira como músico – por isso, ainda mantém um trabalho na Orquestra Sinfônica de NY, o que ele chama de trabalho de meio período, e sua mulher, Megan (Amy Ryan), de hobby. A chegada de uma estudante de intercâmbio, Sophie (Felicity Jones), que se hospeda na casa da família, será o ponto de ruptura e exposição de que a felicidade doméstica não é tão real quanto parece. Doremus mostra as pequenas rachaduras que, aos poucos, se instalam como fraturas. Embora tenha um elenco competente, “Paixão Inocente” é um filme construído em cima de suas obviedades, dos personagens que agem de forma esquemática e a narrativa que trilha caminhos previsíveis. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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