ESTREIA-"Norwegian Wood" é adaptação mal resolvida de romance de Haruki Murakami

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Por Redação
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Baseado no romance “Norwegian Wood”, do japonês Haruki Murakami, “Como na Canção dos Beatles: Norwegian Wood” é um filme sobre o amor e as perdas e dores que advêm da descoberta do desejo. Escrito e dirigido pelo vietnamita Tran Anh Hung (“O Cheiro do Papaia Verde”), o filme acompanha um jovem durante o seu amadurecimento emocional. A produção, que é de 2010, estreia em São Paulo. A época é o final dos anos de 1960, quando a revolução está nas ruas do Japão também. Toru Watanabe (Ken'ichi Matsuyama) está na universidade e, quando encontra Naoko (Rinko Kikuchi, indicada ao Oscar por “Babel”), sua vida muda. O fato de ela ser a ex-namorada de seu amigo Kizuki, que se matou, é um complicador, mas mesmo assim, no dia em que ela completa 20 anos, ele tira a virgindade da moça. Quando o nome do rapaz morto vem à tona, Naoko tem um colapso, e confessa que se sente culpada por sua morte, pois eles se conheciam desde crianças e nunca correspondeu às investidas dele. A moça se recolhe para um sanatório, para se recuperar do ataque dos nervos. Watanabe, ainda assim, periodicamente a visita, porém, com o tempo seu estado emocional se deteriora, e ela é diagnosticada com esquizofrenia. Uma outra mulher na vida do protagonista é Midori (Kiko Mizuhara), que é o oposto de Naoko. Prazer e morte estão associados às mulheres e ao sexo na vida de Watanabe. Assim, o longa acompanha sua jornada, num período de questionamentos e contestações, embora esse não seja o foco de Hung em seu filme. Vê-se muito pouco do que acontece fora do universo íntimo de seus personagens. Nesse sentido, o filme é um tanto falho na caracterização dessas pessoas. Watanabe não chega a ser um personagem desagradável, é apenas meio apagado, fechado demais em seu mundo. Como tudo é narrado a partir de seu ponto de vista, não há como não ser contaminado por ele. Já no caso das mulheres, Midori, que é uma explosão de vida no romance e a salvação do protagonista, aparece um tanto palidamente, enquanto a fragilidade de Naoko se sobrepõe. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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