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Em 'Tammy', Susan Sarandon diz ter se divertido como nunca

Novo filme de Ben Falcone, que também tem Melissa McCarthy no elenco, deve estrear em julho nos EUA

Por Antonio Martín Guirado
Atualização:

Com 67 esplêndidos anos, cinco indicações ao Oscar e uma estatueta por Os Últimos Passos de um Homem (1995), Susan Sarandon segue aberta a novas experiências que a mantenham jovem, uma filosofia de vida que a levou a desfrutar atuação como nunca em Tammy. “Não sei se já fiz algo tão divertido e atrevido em toda a minha carreira”, disse a atriz em uma entrevista a EFE. “Não pensei na personagem como um risco porque fiz papéis muito diferentes na minha vida. Mas a comédia é muito mais arriscada que o drama”, acrescentou.

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Tammy, estreia do ator Ben Falcone atrás das câmeras, é o novo filme da atual rainha da comédia norteamericana, Melissa McCarthy (de Mike & Molly). No elenco, também estão Kathy Bates, Allison Janney, Dan Aykroyd e Toni Collete, entre outros.

Depois de ser despedida e flagrar seu marido com outra mulher, Tammy (McCarthy) decide empreender uma viagem sem rumo definido, acompanhada por Pearl (Sarandon), sua alcoólatra, mal-falada e diabética avó, a fim de descobrir a si mesma.

Susan Sarandon interpreta uma avó peculiar em "Tammy" Foto: Jake Chessum/The New York Times

“Um drama medíocre pode ser vendido, mas uma comédia sem graça é um pesadelo. Não sei porque esse gênero não é tão valorizado quanto o drama. Quantos atores protagonistas levaram o Oscar por uma atuação puramente cômica? Quase te garantem por um personagem com alguma incapacidade, ou também se te colocam muito feio”, disse Sarandon.

Para ela, é por isso que os prêmios são enganosos. “É como comparar maçãs com laranjas e fingir que um é mais hábil do que o outro. As pessoas pensam que chorar ou demonstrar angústia é mais difícil para um ator, parece que lhe demanda mais trabalho, e por outro lado parece que o bom comediante o faz de forma natural e sem muito esforço”, comparou.

A comédia não tem sido o gênero habitual de Sarandon, ainda que nos últimos tempos tenha se lançado a ela com maior assiduidade, como por exemplo em Jeff e as Armações do Destino (2011) e O Casamento do Ano (2013).

No caso de Tammy, que estreia em julho nos Estados Unidos, a atriz decidiu participar especialmente pela companhia que teria na produção. “Nessa indústria, temos que mudar de personagens constantemente, e aqui pude trabalhar com um grupo que ama a improvisação. Lembrou-me do meu início, no teatro. Às vezes, quando se dispõe de um pequeno pressuposto, há mais liberdade e menos supervisão de gente endinheirada”, comentou.

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Sarandon não parecia a escolha lógica para o papel, já que tem apenas 23 anos a mais do que McCarthy, mas a atriz, que aparece no filme com peruca branca e pés inchados, aceitou o desafio porque lhe atraiu a tendência a aventura e diversão de que se orgulha seu personagem.

Em "Thelma & Louise" (1991), Susan Sarandon e Geena Davis tiram uma selfie... Foto: Reprodução
...reeditada na semana passada Foto: Reprodução

“Se há um bom material, você tem que enfrentar as situações ridículas e desesperadas de maneira realista. Pearl está aberta à vida, e nisso eu me vejo”, indicou. A atriz está estupenda. Não fume, apenas bebe, foge do sol e nem quer ouvir falar de injeções que deixam o rosto “grotesco”. Para ela, a chave da eterna juventude reside em algo mais simples.

“A resposta está em como você lida com as coisas. Tenho o coração aberto, busco o amor em cada área da minha vida e mantenho a curiosidade. Creio que tudo isso te torna atrativa aos olhos dos demais”, declarou Sarandon, divorciada do ator Chris Sarandon e ex-companheira do ator e produtor Tim Robbins, com quem compartilhou 23 anos de vida.

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“Quando eu era jovem, me ofereciam a capa da Playboy e eu me fixava na sensualidade de rostos europeus como Jeanne Moureau e Sopha Loren... Não eram o estereótipo da beleza da época, mas havia algo nelas que parecia dizer ‘sim’ à vida”, afirmou. A atriz abraça as mudanças porque considera que elas lhe fazem crescer como pessoa. Quer sejam golpes como o fim de sua relação com Robbins ou alegrias como a maternidade de sua filha, Eva Amurri, o que a fará avó pela primeira vez.

“Sempre existe a tendência de se preservar o que não se possui, e isso morre. Tudo muda constantemente e não se tem controle algum sobre isso. Se você pode aceitar essa realidade e aceitar o que vier, isso te mantém jovem. Não me importo com os cabelos brancos. Quero seguir em forma até o fim. É tudo uma questão de atitude”, finalizou.

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