'De Volta Para o Futuro' está de volta aos cinemas brasileiros

Clássico poderá ser visto neste sábado, domingo e quarta-feira

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Havia gente cujo sonho de consumo em 1985 - há 30 anos! - era um carro da marca De Lorean. É a bordo de um que Marty McFly viaja no tempo e chega ao passado, na época em que seus pais eram adolescentes. O carro envenenado pelo cientista 'Doc' era como uma nave espacial, não as máquinas do tempo tradicionais de Hollywood. O cinema também contou muitas histórias de viagem no tempo - nenhuma como essa. No passado, Marty se envolve com a própria mãe, o que faz de De Volta para o Futuro uma espécie de comédia edipiana, não tão inocente como parece.De Volta Para o Futuro fez tanto sucesso que virou série. Surgiram o 2 e o 3. Sempre a bordo do De Lorean de 'Doc', Marty continuou viajando para frente e para trás no tempo. Chegou até ao Velho Oeste, no terceiro filme, que tinha a cena dos índios perseguindo a mais estranha diligência que cruzou aquelas planícies, o carro. Tudo isso ressurge agora que o primeiro filme volta como a atração no final de semana do programa de clássicos restaurados da rede Cinemark. Quando se lançou ao projeto, co-escrito por ele com Bob Gale e produzido por Steven Spielberg, o diretor Robert Zemeckis ainda estava longe de ganhar seu Oscar - em 1994, com Forrest Gump, Contador de Histórias -, mas de alguma forma já viajara no tempo ao recriar, com I Wanna Hold Your Hand, em 1978, 'a febre de juventude' na época dos Beatles. Vieram depois Carros Usados e Tudo por Umas Esmerralda, e logo depois de De Volta para o Futuro, o primeiro, a mistura de animação e live action de Uma Cilada para Roger Rabbit.

 

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Nos anos 1980, Steven Spielberg ainda carregava ainda carregava o carma da síndrome de Peter Pan, que os críticos lhe colaram por muito tempo. Responsável pore sucessiovs fenômenos de bilheteria - Tubarão, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, E.T., o Extraterrestre e Caçadores da Arca Perdida, o primeiro Indiana Jones -, ele se convertera em produtor de fantasias juvenis como Os Goonies, Gremlins, O Enigma da Pirâmide/Jovem Sherlock Holmes e De Volta para o Futuro.

Spielberg virara uma máquina de fazer dinheiro, um jovem Midas continuamente bafejado pelo sucesso e que estimulava a criatividade de todos a seu redor. Mais tarde, ele também viraria 'autor' para realizar, com O Terminal, Guerra dos Mundos e Munique, a trilogia informal que é o maior documento sob a América de George W. Bush, pós 11 de Setembro. Zemeckis já disse que Spielberg nunca impôs nada em De Volta para o Futuro, mas o exortava, e a seu corroteirista, para que tornassem divertidas as diferenças culturais entre os anos 1950 e os 80, e o fato de que os jovens da geração de seus pais não entendem o futuro, da mesma forma que Marty fica confuso no passado.

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