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Com 'Era o Hotel Cambridge', voz de desabrigados brasileiros se faz ouvir na Espanha

Filme de Eliane Caffé foi exibido no Festival de San Sebastián, depois de receber um apoio do evento em 2015

Por Alicia García de Francisco
Atualização:

SAN SEBASTIÁN, Espanha - A cineasta brasileira Eliane Caffé escolheu, em seu filme Era o Hotel Cambridge, mesclar realidade e ficção para denunciar a "desigualdade escandalosa" em matéria de habitação que vive o Brasil, como exemplo da "situação insuportável gerada pelo capitalismo". 

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O filme participa da seção Horizontes Latinos do Festival de San Sebastián, e levou em 2015 o Prêmio Cine en Construcción, no mesmo festival, que se concede a projetos rodados mas ainda não concluídos. No Brasil, o filme estreia no Festival do Rio, que ocorre de 6 a 16 de outubro.

"No Brasil, agora, vivemos uma situação terrível, depois do golpe, e o filme reflete um problema muito real, o retrocesso nas políticas sociais. Fazer este filme é como dizer que essas coisas existem e que afetam a maior parte das pessoas", disse a diretora em uma entrevista à agência Efe.

Cena de 'Era o Hotel Cambridge' Foto: Reprodução

E é algo, ela acrescenta, que não acontece apenas no Brasil, mas sim em todo o mundo, uma situação criada pelo capitalismo e pelos governos.

Era o Hotel Cambridge conta a história de refugiados chegados ao Brasil e também de brasileiros em situação vulnerável, que ocupam um edifício abandonado no centro de São Paulo.

Uma situação real conduzida no País por vários momentos cidadãos que tratam de ajudar às pessoas sem teto e denunciar ao mesmo tempo a inação das autoridades.

No filme, há tantos atores profissionais como pessoas que vivem no dia a dia com medo de serem expulsas de suas casas. A diretora afirma que com o projeto quer buscar uma sensibilização na sociedade que as autoridades não têm, ante um problema cada vez maior e que afeta principalmente as grandes cidades, mas não apenas.

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"Aí está a importância de festivais internacionais de cinema, em que filmes como esse podem encontrar um eco para deixar-se ouvir, além das grandes produções de Hollywood", assinala Caffé.

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