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Anthony Hopkins chega aos 80 anos e se prepara para comemorar os 50 de carreira

Entre seus trabalhos, foi Hannibal Lecter de 'O Silêncio dos Inocentes' e o livreiro londrino em 'Nunca Te Vi, Sempre Te Amei'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:
O ator britânico Anthony Hopkins Foto: Danny Moloshok/ Reuters

Parabéns a você! Quem encerra o ano neste domingo, 31, soprando velinhas é Anthony Hopkins. 80 anos! Ele nasceu no dia 31 de dezembro de 1937 em Port Talbot, no País de Gales. Para juntar duas comemorações, em 2018 serão 50 anos de sua estreia no cinema – em O Leão no Inverno, de Anthony Harvey, de 1968.

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Philip Anthony Hopkins – seu nome de batismo – foi o pior aluno deste mundo. Ele próprio conta que detestava tudo o que não fosse arte, na escola. Exatas, nem sonhar. Só queria saber de desenho, pintura. Participou de uma representação amadora, e tomou gosto. Ajudou muito o elogio de outro célebre galês – Richard Burton incentivou-o, dizendo que ele tinha jeito. Philip Anthony serviu o Exército – dois anos – e depois se inscreveu na Royal Academy od Dramatic Art.

Sua estreia no teatro profissional foi em 1960, com Have a Cigarette. Em 1965, tornou-se reserva de Sir Laurence Olivier no Royal National Theatre. Em 1967, estreou na BBC com o telefilme Uma Pulga atrás da Orelha e, em 1968, no cinema, com o já citado O Leão no Inverno. O filme sobre a tempestuosa ligação entre o rei Henry II e a rainha Eleanor (da Aquitânia) passa-se durante o Natal. Peter O’Toole e Katharine Hepburn interpretam os papéis, e ela ganhou o Oscar. Hopkins e Timothy Dalton, o futuro 007, são os filhos.

Ninguém presta, todo mundo briga e a visão da realeza é a menos glamourosa possível. O filme foi desqualificado pela crítica como sensacionalista e vulgar, mas virou cult. Em 1972, recebeu seu primeiro Bafta – melhor ator de TV – pelo Pierre de Guerra e Paz, produção da BBC. Nos anos seguintes, e alternando televisão e cinema, foi o premier israelense Yitzhak Rabin (em Vitória em Entebbe), Hitler (em The Bunker), Quasímodo (O Corcunda de Notre Dame) e o autoritário Bligh (no remake de O Grande Motim, que se chamou Rebelião em Alto-Mar). Em 1987, fez um filme talvez mais importante que todos os anteriores – Nunca Te Vi, Sempre Te Amei, de David Hughes-Jones, sobre o romance epistolar entre a escritora Helene Hanff e um livreiro londrino. Contracenava com Anne Bancroft. Ela ganhou o Bafta, ele foi melhor ator em Moscou.

E aí, em 1991, veio o Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme. O Big Five! Oscars de filme, direção, roteiro, ator (Hopkins) e atriz (Jodie Foster). A partir daí, Hopkins não parou de filmar. Demais, até. Entre os destaques – Retorno a Howards End e Vestígios do Dia, de James Ivory; Shadowlands – Terra das Sombras, de Richard Attenborough (Bafta de melhor ator); Lendas da Paixão, de Edward Zwick; Nixon, de Oliver Stone; Amistad, de Steven Spielberg; A Máscara do Zorro, de Martin Campbell; Missão Impossível 2, de John Wood, Thor e Thor – O Mundo Sombrio, de Kenneth Branagh e Alan Taylor, como Odin, pai do herói; Hitchcock, de Sacha Gervasi, como o mestre do suspense, etc.

Hopkins é famoso pelo trabalho de preparação. Repete obsessivamente suas falas até conseguir dizê-las sem pensar. Em Amistad, surpreendeu toda a equipe ao dizer, de uma só vez, o longo discurso no tribunal, que ocupa sete páginas de roteiro. Isso, segundo ele, cansa, e por isso mesmo Hopkins vive ameaçando parar. Atualmente, está no ar como Dr. Ford, na série Westworld. Em 1993, foi feito Cavaleiro (Sir) pela rainha Elizabeth. Dez anos mais tarde, ganhou sua estrela na Calçada da Fama, em Hollywood.

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