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Análise: maior filme da 71.ª edição de Cannes saiu de mãos vazias

'A Pereira dos Frutos Selvagens', do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, foi ignorado pelo júri presidido por Cate Blanchett

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Havia grande expectativa pelas escolhas do júri presidido pela atriz Cate Blanchett. Num ano de afirmação das mulheres, e numericamente feminino - 5 a 4 -, o júri não se pautou pelo rigor. Fez escolhas emocionais, algumas defensáveis. Ignorou os melhores. O maior filme dessa 71.ª edição do Festival de Cannes foi o turco A Pereira dos Frutos Selvagens, de Nuri Bilge Ceylan. Não levou nada. Nos quadros de cotações da crítica, o campeão de Palmas era o russo Sirill Serebrennikov, de Leto. Também não levou.

A atriz Cate Blanchett, presidente do júri da 71.ª edição do Festival de Cannes Foto: Eric Gaillard/Reuters

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A Palma foi atribuída a um habitué do festival. Há anos, Hirokazu Kore-eda a pleiteva. Ganhou por um bom filme, o que não deixa de ser decepcionante. Perdeu por obras muito maiores, embora Um Negócio de Família, Shoplifters, tenha a cara dele. Uma família que não é de sangue reúne ratos de lojas. Roubam para permanecer unidos. Criam o inferno uns para os outros.

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O júri acertou ao atribuir a Jean-Luc Godard uma Palma especial, por Le Livre d'Image. Deu a Nadine Labaki seu prêmio especial, por Capharnaüm, retrarto realista da infâncias abandonada de Beirute. A melhor atriz foi Samal Yeslyamova, impressionante no duro e cruel Ayka, de Sergey Zvyagintsev.

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O prêmio de melhor ator para Marcello Fonte, de Dogman, de Matteo Garrone, recompensou o melhor, sem sombrade dúvidas. Roberto Benigni deu um show ao entregar o prêmio para Fonte – procure no site do festival ou no YouTube. O prêmio de roteiro recompensou dois filmes, e o de Jafar Panahi, Trois Visages, é muito superior aso de Aslice Rtohrwacher, Lázaro Feliz.

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Muito bem fotografado, Guerra Fria, Cold War, de Pawel Pawlikowski, venceu melhor direção. Um exagero. Ainda não foi dessa vez que Spike Lee levou sua Palma. O político e provocativo BlackkKlansman, de qualquer maneira, ganhou um prêmio importante – o Grand Prix du Jury.

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