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Mostra do irlandês Francis Bacon reúne desenhos do artista

Obras do pintor tiveram sua autenticidade questionada

Foto do author Antonio Gonçalves Filho
Por Antonio Gonçalves Filho
Atualização:

ITALIAN DRAWINGS Paço das Artes. Av. da Universidade, 1, Cid. Universitária, 3814-4832. 3ª a 6ª, 10 h/ 19h; sáb. e dom., 12h30/ 17 h. Grátis. Até 7/9. Abertura na sexta.

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Advogado garante que obras doadas não são falsasPresidente da Francis Bacon Drawing Foundation, o advogado Umberto Guerini trabalhou mais de 10 anos para provar que os desenhos doados a Cristiano Lovatelli Ravarino eram autênticos. Em entrevista ao Caderno 2, ele apresentou uma lista de amigos e especialistas na obra de Bacon que testemunharam a favor de seu cliente. "Horacio de Sousa Cordero, velho amigo de Francis Bacon, estudou esses desenhos em Buenos Aires e Bolonha, declarando que eram autênticos." Guerini conseguiu também o testemunho de Carlo Gaggioli, dono de uma vinheria em Bolonha, visitada por Bacon e seus amigos barulhentos em 1982 (o pintor era alcoólatra). Para compensar a algazarra, ele o presenteou com um desenho parecido com os que deu a Ravarino. 

Em 1986, ele deu ao professor Vincenzo Luchese, da Universidade de Veneza, outro desenho idêntico aos de Ravarino, um dia depois de um baile de Carnaval, segundo Guerini. Outro nome citado é o do colecionador e historiador de arte inglês Dennis Mahon (1910- 2011), que teria ficado impressionado com os desenhos italianos que Guerini mostrou a ele na cafeteria da Tate Britain. Mahon não disse uma palavra na hora, mas posteriormente admitiu em cartas que sabia das viagens de Bacon e dos encontros com seu amigo italiano de Bolonha. A especialista em grafologia Ambra Draghetti, convocada como conselheira técnica no julgamento contra Cristiano Lovatelli Ravarino, confirmou que as assinaturas de todos os desenhos italianos de Bacon são autênticas e idênticas àquelas que são encontradas nas telas do pintor. "Então eu me pergunto como o curador Martin Harrison, que nunca viu os desenhos doados a Ravarino, pode falar de obras de arte desconhecidas para ele. Esse é um procedimento aceitável para um acadêmico?", pergunta o advogado, convidando o especialista a visitar Bolonha. "Harrison age como os inquisidores que julgaram Galileu, acreditando mais na Bíblia que nas evidências científicas."

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